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Bullying: uma violência que pode acontecer com qualquer um

O bullying é um tema de discussão recente. O termo tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.

O Saúde no Ar conversou com a psicóloga Lígia Viegas, que explicou o que caracteriza o bullying, é pegar um traço de diferença de uma criança e transformar isso num traço de desigualdade, como se ela fosse inferior por ter uma diferença, por ser gordinha, por usar óculos ou porque não obedece o que seria esperado quanto ao seu gênero de nascimento; meninos com comportamento afeminado, ou meninas com um comportamento masculinizado.

O bullying pode se manifestar de formas diversas. É muito comum haver vítimas que sofrem constrangimentos com apelidos ou por causa do uso de nome social. Segundo Lígia, “o apelido sempre reforça a característica mais frágil da pessoa. todos os apelidos que se coloca em alguém pega a fragilidade; quanto menos gosta mais é chamado pelo apelido. já quem quer ser chamado pelo nome social (nome diferente do nome de batismo; muito usado por transgêneros), às vezes sofre resistência, porque nem sempre é aceito no ambiente escolar”.

Um tipo de bullying que causa muito constrangimento para a vítima é aquele que envolve seu nome. A secretária do lar, Maria de Jesus, é uma das vítimas do bullying, de acordo com ela: é algo que me deixa pra baixo. Já cheguei a me exaltar, e nunca entendi porque pessoas da minha própria família me chamavam por um apelido que eu não gostava”, disse.

Segundo a especialista, a vítima do bullying, não deve ser passiva a violência e deve procurar apoio pra si e pra quem comete a agressão: “às vezes a vítima fala e às vezes fala sem palavras (comunicação não-verbal): começa a se isolar, não quer mais entrar na brincadeira com os outros, não quer mais ir à escola, começa a sentir desconforto. A nossa tendência é achar que a criança que está sofrendo a violência é quem precisa de ajuda; ela precisa de apoio, mas quem precisa, efetivamente, de uma intervenção, são as crianças que estão humilhando essa outra (o agressor).

A Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. A classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros.

bullying se diferencia das brigas comuns – as que chegam às vias de fato ou as que ficam apenas na discussão. Isso é considerado normal por Ciomara e chega, segundo ela, a fazer parte do desenvolvimento. O problema, afirma, é quando se torna algo rotineiro, em que um jovem ou grupo começa a perseguir um ou mais colegas.

De acordo com Ciomara, crianças que têm um perfil mais retraído costumam ser as maiores vítimas. No geral, elas apresentam maior dificuldade para se expressar ou se abrir em casa ou na escola. O medo de piorar a situação, quando a chantagem costuma fazer parte das agressões, também contribui para o silêncio.

“Os casos de bullying começam muito mais silenciosos e, por isso, são mais graves. Quem sofre a agressão não conta nem na escola nem na família, mas começa a mudar o comportamento”, explica. De acordo com ela, queda no rendimento escolar, faltas na escola e mudanças no comportamento são os sinais mais frequentes apresentados por quem sofre esse tipo de violência. Por isso, família e escola devem estar sempre atentos para os sinais que são apresentados pelos jovens.

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Os mesmos cuidados, alerta a psicóloga, valem para situações enfrentadas fora da escola, seja no mundo virtual – como em casos de cyberbullying –, na vizinhança onde moram ou nos locais que costumam frequentar.

Dicas para os adultos, pais e educadores: Normalmente, os menores, mais novos ou mais vulneráveis são as vítimas dos agressores. Eles escolhem as crianças que consideram diferentes, as que não usam roupas da moda, que vêm de uma minoria étnica, social ou racial.

O Cartoon Network, buscou algumas parcerias e oferece no Portal Chega de Bullying, orientações para crianças, pais e educadores. Acesse: http://www.chegadebullying.com.br/parents.php

Ouça a entrevista completa da especialista ao Saúde no Ar:

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