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Brincar na infância reflete na vida adulta

Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu cotidiano, num mundo de fantasia e imaginação. O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem.

Para esclarecer todas as dúvidas sobre a importância do brincar o Saúde no Ar conversou com a psicopedagoga, Joanice Bezerra, a presidente da Sociedade Baiana de Pediatria, Dolores Fernandez, e a psicóloga Priscila Rodrigues que explicam os benefícios escondidos nessa parte fundamental da vida.

Adultos inseguros e indústria de livros de auto-ajuda são reflexos da falta do lúdico no desenvolvimento social de muitas pessoas.  Dolores Fernandez explica que “quando a criança brinca ela constrói o seu conhecimento. Ela transforma suas incertezas em algo que lhe causa prazer. Isso tem influencia no seu futuro, onde aprende a desenvolver todo seu potencial”.

Segundo Piaget (citado por Negrini,1994) os jogos podem ser classificados em jogos de exercícios(sendo motores), simbólicos e de regras. Nos jogos de exercício, que compreende a fase do nascimento até o surgimento da linguagem, o objetivo é o prazer do funcionamento, o simples divertimento; os jogos simbólicos que vão do aparecimento da linguagem até os 6-7 anos, são aqueles em que surge o símbolo, que possibilita á criança “criar” sua realidade utilizando para isso a imaginação. Aqui a criança procura se auto-afirmar. E os jogos de regras, que iniciam aos 6-7 anos, são aqueles que surgem elementos que vão reger comportamento e as atitudes nos jogos, sendo que as regras têm origem nas relações sociais e individuais que a criança recebe ou já recebeu.

A psicóloga Priscila Rodrigues adverte um ato muito comum por parte dos responsáveis da criança, “muitos tendem a excluir o brincar por achar que ele resulta apenas em diversão, porém já foi comprovado que durante os jogos aprendemos a lidar com a frustração, com o perder e com o ganhar, situações que ocorrem também na vida adulta”.

Segundo o pesquisador psicopedagócigo, Friedman (1996, p. 45): Trazer o jogo para dentro da escola é uma possibilidade de pensar a educação numa perspectiva criadora, autônoma, consciente. Através do jogo, não somente abre-se uma porta para o mundo social e para a cultura infantil como se encontra uma rica possibilidade de incentivar o seu desenvolvimento.

Joanice Bezerra, psicopedagoga relembra a capacidade de enfrentamento, que se fortalece na infância, durante as dinâmicas de grupo, “assumimos posição de liderança, ou não, durante as brincadeiras e no aspecto criativo podemos perceber como uma vassoura na infância vira um cavalo, por exemplo. É assim no jogo é assim na vida”, enfatiza.

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Uso adequado de brinquedos- No mundo encantado dos brinquedos, as crianças desenvolvem sua imaginação, a coordenação motora, seus sentidos e instintos. Mas todo cuidado é pouco.

Segundo a pediatra Dolores Fernandez, várias coisas são necessárias para cuidar do brincar. “Deve-se sempre avaliar a qualidade e as condições do brinquedo, esse brinquedos dizem na embalagem  a faixa etária, ele passa por padrões aprovados pelo Inmetro e alguns produtos que mesmo autorizados, são colocados em ambientes de brincadeira por exemplo grama artificial, que possuem metais pesados, o que pode prejudicar a saúde”.

Por esse motivo, desde 1988, o processo de avaliação da conformidade de brinquedos no Brasil, através da Portaria Inmetro 177, tornou compulsória a certificação de brinquedos fabricados e /ou comercializados no País, devido à importância de se preservar a saúde e a integridade física das crianças enquanto estão brincando.

Os brinquedos não devem ter pontas ou extremidades cortantes e partes ou peças pequenas que possam se desprender com facilidade e provocar acidentes. Também não podem ser fabricados ou pintados com material tóxico, uma vez que as crianças costumam desmontá-los, colocando-os, geralmente, na boca, no nariz e nos ouvidos, aumentando a probabilidade de riscos de asfixia, inalação ou intoxicação por via oral, o que pode transformar os brinquedos em verdadeiras armadilhas se não forem bem projetados para a faixa etária a qual se destinam.

Ouça o bat-papo completo das convidadadas do Saúde no Ar:

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