Quem pensa que as pessoas se tornam sedentárias a partir dos 40 anos ou quando chega a terceira idade, pode estar enganado. No Brasil, o sedentarismo já se tornou algo gravíssimo e compromete 90% da população, uma vez que abandonam as atividades físicas e/ou esportes, mesmo antes dos 34 anos. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (22), pelo Ministério do Esporte e fazem parte da Pesquisa Diagnóstico Nacional do Esporte.
A pesquisa analisou a idade em que as pessoas que praticavam atividades físicas ou esportes deixaram de ter esse hábito, e chegou à conclusão de que 45% delas se tornaram sedentárias entre os 16 e os 24 anos de idade.
Segundo o ministro do Esporte, George Hilton, a pesquisa mostra que o abandono tem a ver com o ingresso no mercado de trabalho e destaca que na faixa etária de 25 a 34 anos, 18% abandonam a prática. O início do sedentarismo se dá antes dos 15 anos para 26,8% dos que já praticaram esporte ou atividade física e pararam.
De acordo com o ministro, o fortalecimento do esporte na escola é a principal forma de combate ao abandono. Hilton enfatiza que o desporto escolar tem que ter protagonismo, para que, quando o jovem sair da escola, continue tendo vontade, gana e desejo de praticar esportes.
Segundo a pesquisa, o esporte mais abandonado pelos brasileiros é também a modalidade preferida: o futebol. Pesquisas mostram que 59,8% dos que praticam esportes no Brasil jogam futebol, mas 49,8% dos que se tornaram sedentários entraram para esse grupo justamente por “pendurarem as chuteiras”.
Ainda de acordo com o estudo, o segundo esporte mais praticado pelos brasileiros é o voleibol, com 9,7% dos praticantes, seguido pela natação (4,9%) e pelo futsal (3,3%).
Dados da pesquisa apontam ainda que 58,8% das pessoas que não praticam esportes afirmam que não têm tempo e dão prioridade a outras coisas, como estudar, trabalhar ou cuidar da família. Já 11,8% declaram que têm preguiça, desinteresse ou desmotivação, e 9,5% alegam questões de saúde.
Os diferentes hábitos e costumes de acordo com cada região do país, também contribui para que haja diversos motivos apresentados para que a pessoa se torna sedentária. N Sudeste, 41,5% das pessoas sedentárias disseram que têm consciência dos riscos, mas não se esforçam para mudar. No Sul, 22,4% dão a mesma justificativa, enquanto 22,8% afirmam que não gostam de esportes ou atividades físicas e 28,9% dizem não ter tempo. No Centro-Oeste, está o maior percentual de pessoas que afirmam ter consciência dos riscos, mas não praticam por falta de condições financeiras: 10,2%.
Considerada a região mais sedentária do país, o Sudeste, apontou 54,4% da população sem praticar atividades físicas ou esportes. De acordo com o ministro, o combate ao sedentarismo vai além da infraestrutura. “É muito mais que ter estrutura esportiva. A prática é cultural e tem que ser vista pela ótica educacional”, salienta
A situação do Sudeste é preocupante pelo potencial de gerar doenças crônicas e coronárias, segundo afirmação do ministro. Ele destaca que na região está concentrada a maior parte da população do país e não há o interesse em praticar atividades físicas. O ministro também enfatiza que é necessário um alerta, caso contrário vai gerar um déficit na saúde pública.
Fonte: Agência Brasil
L.O.