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Brasil cria exame rápido para detectar hanseníase

Os pesquisadores brasileiros Estela Lima e Rodrigo Catharino desenvolveram um método inovador, simples, não invasivo e de baixo custo para o diagnóstico da hanseníase, conhecida desde os tempos bíblicos como lepra. A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica, que se manifesta principalmente por lesões cutâneas, com a diminuição da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Tais manifestações decorrem da presença do bacilo Mycobacterium leprae, agente causador da doença, que acomete principalmente células cutâneas e nervos periféricos.

Lima e Catharino trabalham no Laboratório Innovare de Biomarcadores e o  novo exame é de extrema simplicidade: uma plaqueta de sílica de 1 cm2 é sobreposta à pele e levemente pressionada por um minuto, tempo suficiente para que o material absorva as substâncias presentes na sua superfície. Depois disso, a placa é depositada em um tubo com metanol, que dissolve as substâncias captadas da pele pela sílica. Com uma seringa, o líquido sobrenadante é transferido para um espectrômetro de massas de alta resolução, onde são caracterizadas as moléculas presentes.

Este procedimento permite identificar os sinais da hanseníase em cerca de cinco minutos. Atualmente, os testes considerados padrão ouro no diagnóstico da hanseníase são a histopatologia diagnóstica e a baciloscopia, diretamente dependentes de biópsia de pele, processo invasivo e de baixa sensibilidade para as formas mais brandas da doença.

País ainda não atingiu meta

A doença é sistêmica e ataca o organismo como um todo, concentrando-se preferencialmente sobre a pele e regiões mais frias do corpo como dedos, orelhas e nariz. Os doentes que desenvolvem as suas formas mais graves são os que apresentam maior carga bacteriana.   O médico norueguês G. A. Hansen identificou o bacilo causador da doença, em 1873.

O Brasil é um dos países que ainda não conseguiram atingir a meta da OMS que preconiza taxa de prevalência da doença não superior a um caso a cada dez mil habitantes. Segundo dados de 2014, do Ministério da Saúde, essa taxa de hanseníase é de 1,51 no país colocando-o, apenas atrás da Índia e de nações africanas.

Fonte:Diário da Saúde

A.V.

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Jorge Roriz

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