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Brasil produz insumos biológicos

O Ministério da Saúde, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresentou  o  novo centro de produção de insumos e medicamentos, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro (RJ). O empreendimento  vai permitir a incorporação de tecnologias inéditas no Brasil, ampliando assim a capacitaçãoe a produçãodeinsumos estratégicos do país.

Além de aumentar a capacidade de produção de medicamentos biológicos e diagnósticos, o centro abrigará a maior planta de protótipos da América Latina, preenchendo uma lacuna na cadeia de inovação tecnológica do país. A Planta Piloto é uma infraestrutura laboratorial para uso de cientistas e pesquisadores, com equipamentos para o desenvolvimento de novos produtos como, por exemplo, vacinas e medicamentos biológicos.

O Centro Henrique Penna – Protótipos, Biofármacos e Reativos para Diagnóstico – terá capacidade para produzir 20 milhões de testagens ao ano. Atualmente, a capacidade da Fiocruz é de 8 milhões de testes por ano.

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, considera esta iniciativa como uma grade conquista para o país. “A tendência mundial é o tratamento personalizado e a realização de um diagnóstico rápido e preciso, que garantirá a efetividade no tratamento das doenças e a redução no custo com a saúde. Uma outra área que acompanha este centro é a de protótipos, que é a primeira planta construída na América Latina em condições de boas práticas. Ela cobre uma importante lacuna entre o desenvolvimento tecnológico e a produção comercial, por meio do processo de escalonamento, produção de lotes clínicos e prestação de serviço tecnológico”, destacou Gadelha.

Entre os medicamentos que serão produzidos no centro, está o Alfaepoetina, usado no tratamento de anemia em portadores de insuficiência renal crônica; em pacientes com aids submetidos ao tratamento com zidovudina (AZT) e em pacientes com câncer em tratamento quimioterápico. “É uma nova linha de medicamentos que nós esperamos incorporar na produção brasileira. Além do benefício aos pacientes, esta produção vai gerar empregos, oportunidades, e menor custo para o SUS”, explicou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Posteriormente, também serão produzidos biofármacos que fazem parte da carteira de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) de Bio-Manguinhos, como a Filgrastima (usada para tratar efeitos colaterais aos pacientes de câncer) e a Somatropina (para tratar deficiência do crescimento). “ A transferência de tecnologia para o Brasil daqueles medicamentos que são os mais demandados e os mais caros, representam, de início, 30% de economia. O laboratório transferidor de tecnologia vende 30% mais barato para o Brasil e depois, a cada ano, reduz em 5% o valor deste medicamento. Portanto, se compramos medicamentos biológicos R$ 8 bilhões por ano, a economia é de, no mínimo, 30% sobre esses valores, o que significativa mais de R$ 2 bilhões”, destacou Barros.

 

INTEGRAÇÃO DE LABORATÓRIOS – A Planta permitirá o aumento da escala de produtos desenvolvidos em bancada e a fabricação de lotes para estudos clínicos, sem que haja a necessidade de que algumas fases de desenvolvimento destes insumos sejam realizadas fora do país, como ocorre atualmente. A integração de diversos laboratórios permitirá ainda uma melhor articulação das atividades de desenvolvimento tecnológico e produção, além da racionalização das operações e utilidades industriais. O Centro Henrique Penna também proporcionará a prestação de serviços tecnológicos para outros laboratórios, públicos e privados, fortalecendo a cadeia de inovação brasileira.

Entre os insumos que poderão ser produzidos no centro, estão os reativos para o teste sorológico para Zika e para o Kit Molecular ZDC (que permite diferenciar os diagnósticos de Zika, dengue e chikungunya) – ambos desenvolvidos pela Fiocruz. O Kit Molecular ZDC ainda aguarda liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Outro teste previsto para produção é o Kit NAT para detecção do vírus HIV, hepatite A e hepatite B em bolsas de sangue destinadas à transfusão em todo o país. Ao todo, foram investidos R$ 478 milhões na construção do Centro Henrique Penna, que contou com recursos próprios da Bio-Manguinhos/Fiocruz e também do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Para o ministro Ricardo Barros, os novos testes proporcionarão melhores ações na prevenção e tratamento dessas doenças. “Nós esperamos, identificando mais rapidamente quem está infectado por dengue, Zika ou chikungunya, que possamos dar o tratamento adequado e os cuidados necessários a essas pessoas. Os testes rápidos estão avançando muito no Brasil, em vários laboratórios públicos, e isso nos permitirá ter uma visão mais clara do mapa epidemiológico dessas doenças. Com isso, podemos agir pontualmente para combatê-las e evitar suas consequências”, afirmou o ministro.

 

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Patricia Tosta

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