Brasil economiza US$ 14 milhões em remédio para a aids

A compra conjunta de medicamentos como estratégia de negociação de preço junto às farmacêuticas alcançou descontos de até 83% na aquisição de medicamentos pra a aids. A primeira roda de negociação foi realizada nesta sexta-feira (13.11) durante reunião dos ministros de Saúde dos países do Mercosul em Assunção, no Paraguai, quando ficou acertada a aquisição medicamento Darunavir, usado no tratamento de aids, por oito países.

O valor negociado, de U$ 1,26 por unidade, é cerca de cinco vezes menor que o praticado na Venezuela, Chile e Uruguai, por exemplo. Esses três países, junto com Brasil, Argentina, Paraguai, Peru e Suriname, vão economizar mais de U$ 20 milhões com a compra conjunta.  Para o Brasil, que já registrava um dos menores preços do bloco, de U$ 2,98 por unidade, representará uma redução de U$ 14,2 milhões.

Houve um avanço também na compra conjunta de três medicamentos para hepatite C- Sofosbuvir, Daclastavir e Simeprevir, a mais inovadora linha de tratamento para a doença que aumenta as chances de cura para 90%. A meta era atingir o preço contratado pelo Brasil este ano, equivalente a U$ 9.425 para o tratamento de 12 semanas, valor 300% menor que o praticado pelos países europeus e Canadá. Com as negociações desta semana, os países estudam, agora, uma nova alternativa de tratamento com um preço 14% menor.

A realização desses acordos será fundamental para viabilizar a oferta de tratamento para hepatite C em pelo menos mais quatro países da América do Sul. Argentina, Chile, Venezuela e Uruguai já haviam iniciado o processo de aquisição para melhorar o tratamento da doença, mas tiveram de encerrar por conta de valores muitos altos para a sustentabilidade de seus sistemas de saúde. Agora, retomam o projeto.

Para o ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Castro, essa ação pode garantir a ampliação da assistência em saúde com o que há de mais moderno e de maneira mais econômica. “Adotamos uma estratégia inédita com as farmacêuticas, que fortalece a integração dos países e que nos assegura melhores condições”, complementa.

Segundo a Agência Saúde, os quantitativos adquiridos serão definidos pelos governos de acordo com as demandas locais. Os países deverão realizar a compra por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) ou em conjunto com os sistemas nacionais. No caso da compra do darunavir, para aids, a aquisição será pelo fundo global da Opas.

Uma segunda rodada de compra conjunta está prevista para 2016 com foco em quatro medicamentos para tratamento de câncer e de aids. O Brasil investiu, em 2014, mais de R$ 500 milhões na compra desses quatro produtos.

 

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A.V.

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