Desde que entrou na Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS), criada para conter a epidemia mundial do tabagismo, há 10 anos, o Brasil reduziu o número de fumantes, que era de 43,3% da população masculina em 1989 para 18,9% em 2013. Entre as mulheres o índice caiu de 27% para 11% no mesmo período.
Nesta quinta-feira (05.11) ao participar da cerimônia em comemoração à data, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que participar do grupo é um desafio, mas que essas diretrizes são fundamentais para que o país avance na qualidade de vida e longevidade da população.
Segundo estudo recente feito pelo Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca), em parceira com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil se destacou positivamente no que se refere à redução do tabagismo entre homens com menos anos de instrução formal.
Ao contrário do Brasil, na maioria dos países, a redução foi menor entre as pessoas com menor escolaridade, por diversas razões, como uma maior dificuldade de acesso a informações e tratamento. Essa tendência não se confirmou no Brasil. O estudo, conforme matéria da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), apontou outra evolução positiva na população masculina: o aumento no número de homens com menos de 25 anos que pararam de fumar (24,8% em 2008 para 32,6% em 2013) foi muito maior do que entre os homens com mais de 25 anos (52,9% para 55,1%).
-No mundo inteiro o Brasil é referência pelo êxito nas políticas de combate ao tabagismo. A redução do número de fumantes, quando já tivemos quase 40% de fumantes no país, é uma vitória que devemos comemorar, mas ao mesmo tempo nos deixa alertas para continuar na luta. disse o ministro da Saúde.
Contudo, o tabagismo continua sendo um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil, de acordo com o estudo do Inca. Em 2011, o tabagismo foi responsável por 147 mil óbitos, 157,1 mil infartos agudos do miocárdio, 75,6 mil acidentes vasculares cerebrais e 63,7 mil diagnósticos de câncer.
A convenção foi o primeiro tratado internacional de saúde pública sobre tabaco, adotada pela Assembleia Mundial da Saúde em 21 de maio de 2003. Já foi ratificada por 180 países e, no Brasil, ela é usada como mapa da Política Nacional de Controle do Tabaco (PNCT).
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A.V.