Os incêndios no Pantanal e na Amazônia — os piores em quase duas décadas — fizeram disparar as emissões de carbono do Brasil, indica o observatório Copernicus, da União Europeia.
As emissões relacionadas às queimadas em 2024, mesmo com dados apenas até 19 de setembro, já chegaram a 183 megatoneladas de carbono, ultrapassando a média anual da série histórica, que é de cerca de 161,6 megatoneladas. Em 2023 inteiro, os incêndios florestais no país emitiram aproximadamente 152,8 megatoneladas de carbono.
De acordo com os pesquisadores europeus, o resultado de 2024 se encaminha, assim, para um patamar “semelhante ao ano recorde de emissões de 2007”, quando foram registradas 362 megatoneladas de carbono.
As emissões relacionadas a fogo no mês de setembro, que ainda não terminou, já somam 65 megatoneladas, o equivalente a mais de 35% do total já emitido neste ano.
O resultado do mês foi puxado sobretudo pela situação no Amazonas e em Mato Grosso do Sul, onde o total anual estimado para as emissões de carbono já é o mais alto dos 22 anos de monitoramento, com, respectivamente, cerca de 28 megatoneladas e 15 megatoneladas.
considerando que há geralmente um temporada de fogo na América do Sul de julho a setembro.
O monitoramento do observatório europeu indica que, de junho a agosto deste ano, grande parte do norte e do centro do Brasil, incluindo a Amazônia e o Pantanal, registrou temperaturas significativamente acima da média documentada de 1991 a 2020, com anomalias que chegam a mais 3 °C.
A disparada das emissões relacionados às queimadas no Brasil também aparece em outros levantamentos.
Uma estimativa feita pelo Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), que integra o Seeg (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), indica que os incêndios na Amazônia emitiram, de junho a agosto, 31,5 megatoneladas de CO₂ equivalente (unidade usada para somar os diferentes gases-estufa).
Esse número representa quase o total de emissões anuais da Noruega, cerca de 32,5 megatoneladas.
Os dados indicam ainda um aumento de 60% nas emissões para o período.
Fonte: ICL