A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, por fraude no cartão vacinal contra a Covid-19.
A Polícia Federal afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agiu com “consciência e vontade” e pediu ao seu então ajudante de ordens, Mauro Cid, a falsificação de cartões de vacinação contra Covid-19 dele e da filha
A PF investiga a ação de uma associação criminosa que teria feito registros falsos de doses contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde para diversas pessoas
Uma investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que é falso o registro de imunização contra a covid-19 que consta do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro. A investigação originou-se de um pedido à Lei de Acesso à Informação (LAI) formulado no fim de 2022.
Os dados atuais do Ministério da Saúde, que aparecem no cartão de vacinação, apontam que o ex-presidente se vacinou em 19 de julho de 2021 na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, na zona norte de São Paulo. A CGU, no entanto, constatou que Bolsonaro não estava na capital paulista nessa data e que o lote de vacinação que consta no sistema do Ministério da Saúde não estava disponível naquela data na UBS onde teria ocorrido a imunização.
De acordo com os indícios coletados pela PF, a falsificação do certificado de vacinação tinha como objetivo viabilizar a entrada nos Estados Unidos de Bolsonaro, familiares e auxiliares do ex-presidente, driblando as exigências da imunização obrigatória em dezembro de 2022, pouco antes da posse de Lula.
o tenente-coronel tem dito que, no acordo de colaboração com a PF, teria assumido sozinho a responsabilidade pela falsificação dos certificados de vacina de Bolsonaro e de Laura, filha mais mais nova do ex-presidente.
Mas se a falsificação, mesmo que tivesse sido feita apenas por Cid, era do conhecimento de Bolsonaro e ele nada fez para impedir o crime.
Além de Mauro Cid, foram indiciados:
Foram indiciados (leia mais abaixo o envolvimento de cada um no caso):
- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Mauro Barbosa Cid, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República;
- Gabriela Santiago Cid, esposa da Mauro Cid;
- Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ);
- Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe de Mauro Cid;
- Farley Vinicius Alcântara, médico que teria emitido cartão falso de vacina para a família de Cid;
- Eduardo Crespo Alves, militar;
- Paulo Sérgio da Costa Ferreira
- Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército;
- Marcelo Fernandes Holanda;
- Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;
- João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias;
- Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
- Max Guilherme Machado de Moura, assessor e segurança de Bolsonaro;
- Sergio Rocha Cordeiro, assessor e segurança de Bolsonaro;
- Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;
- Célia Serrano da Silva.
Jorge Roriz