De acordo com o Banco Central (BC), o percentual de famílias brasileiras com renda destinada ao pagamento de dívidas chegou a 28,7% – patamar mais alto desde o início da série, em 2005. Os dados dizem respeito à tomada de crédito no país e revelam o crescimento da taxa de inadimplência. Em 2021, o índice indicou 25,4%.
Segundo André Luís Barbosa, presidente do Conselho Regional de Contabilidade da Bahia (CRCBA)., o principal impacto sentido pelo país é a redução do crescimento econômico causado justamente pela diminuição da capacidade do consumo entre as famílias, responsável por alavancar os índices econômicos no fim do ano.
Dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostra que 2022 é o segundo ano seguido em que a maior fatia do 13º salário está destinado para a quitação de dívidas. Dessa forma, a segunda parcela do pagamento deve somar quase R$ 113 bilhões em dezembro, no entanto, 37,8% serão usados para quitar dívidas. Para o presidente do CRCBA, a alta desses indicadores afeta principalmente aqueles que utilizam o 13º salário para novas aquisições no fim do ano.
Assim, uma possível solução para estancar o crescimento do endividamento no país entre os endividados é a concessão de créditos e a criação de um fundo para que seja possível a renegociação dessas dívidas. O endividamento das famílias chegou a 49,9% em setembro, praticamente sem grandes alterações se comparado ao mês de agosto, mas muito acima dos 47,5%, registrados em 2021. A taxa de juros no rotativo do cartão chegou a 400%, a maior taxa desde 2017.