Pesquisas constatam que, no Brasil, faltam especialistas em microcefalia para tratar a demanda de crianças diagnosticadas com a doença. A Bahia é o segundo Estado com o maior número de casos e o índice de neurologistas e pediatras que atendem em municípios baianos é cinco vezes menor do que no Distrito Federal.
O Estado tem índices de 8,4 pediatras por 100 mil habitantes e a região Nordeste concentra 90% dos registros da má-formação. O levantamento foi feito com base em dados da Demografia Médica 2015 e mostraram que todos os Estados nordestinos têm taxas desses especialistas abaixo da média nacional, o que dificulta o acesso das crianças à assistência médica.
Dados demonstraram que o país tem atualmente 34,6 mil pediatras, o equivalente a 19,2 médicos para cada 100 mil habitantes. A média brasileira de distribuição dos neurologistas é de 2,4 especialistas para cada 100 mil habitantes, mas nos dois Estados nordestinos mais afetados pela microcefalia, Pernambuco e Bahia, esse índice é de 1,4 e 1, respectivamente.
A pesquisa foi realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). A dificuldade de acesso a especialistas e a consequente demora no início do tratamento dos bebês com microcefalia pode agravar ainda mais o quadro dessas crianças, e alguns bebês com sequelas mais graves precisam de tratamento medicamentoso, que só poderá ser prescrito por um especialista.
Redação Saúde no Ar*
(A.P.N.)