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Bahia prepara luta contra novo tipo de Aedes

O risco de proliferação do mosquito Aedes albopictus (variação do Aedes que tem pintas brancas) na Bahia vem preocupando as autoridades estaduais. Tanto assim, que semana que vem o governador Rui Costa e o secretário da Saúde, Fábio Vilas-Boas, irão à Brasília, apresentar ao ministro da Saúde, Arthur Chioro, propostas para o controle desse mosquito, que transmite sete doenças, além da tríplice viral (dengue, chikungunya e zika vírus).

Entre essas outras doenças estão a febre amarela, a febre do Nilo e a febre de Mayaro, segundo informações do infectologista Roberto Badaró, subsecretário da Saúde.

A necessidade de um plano de ação é resultado da constatação de técnicos da Sesab que o novo Aedes chega à Bahia através de navios mercantes provenientes da Ásia, sendo o seu controle de responsabilidade da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão ligado ao Ministério da Saúde.

Por enquanto, a secretaria não divulgou quais as propostas que serão levadas à capital federal, nem estipulou a data do encontro entre o governador baiano e o secretário e o ministro da Saúde. O que se sabe é que a Bahia defenderá um controle epidemiológico mais rigoroso da Anvisa nos portos do estado .

Semelhança

Apesar do temor de proliferação do novo transmissor de doenças,  o também infectologista Robson Reis afirma que esse mosquito e o Aedes aegypti possuem características praticamente idênticas. “A diferença é que essas outras sete doenças que o Aedes albopictus transmite não circulam aqui na Bahia. Então, o Aedes aegypti ainda não pôde se infectar com elas para transmiti-las. O mosquito precisa contrair o vírus para transmitir”, explica o especialista.

Este mosquito foi encontrado e identificado pela primeira vez no Brasil por Ricardo Lourenço de Oliveira, em 1986, no estado do Rio de Janeiro, para confirmar, suas amostras foram enviadas para Oswaldo Paulo Forattini que publicou a descoberta e em Minas Gerais e São Paulo. Mesmo sendo considerado eficiente vetor natural de dengue nas regiões rurais, suburbanas e urbanas da Ásia, o papel de Aedes albopictus como vetor natural de dengue no Brasil ainda não foi confirmado.

O infectologista pondera que “o comportamento das doenças é sempre muito dinâmico”. Dando como exemplo o vírus da zika, Reis afirma que mesmo tendo pouca incidência em algum local, essas doenças vetoriais (transmitidas por algum agente) realmente podem “se espalhar em pouco tempo”. “Mas é para isso que existe vigilância epidemiológica, para tentar bloquear e isolar pacientes que chegam infectados ao país e ao estado, a fim de evitar proliferação”, considera o infectologista.

Fonte:Sesab
A.V.

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Jorge Roriz

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