Nos discursos do prefeito e do secretário municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis), foi feito um histórico das ações que vem sendo implementadas desde 2013 e que tem resultado em um impacto positivo na vida da população. Dentre elas estão a implantação de programas como o Salvador Vai de Bike e Morar Melhor, requalificação e modernização da Defesa Civil(Codesal), criação de novos parques e áreas verdes e políticas públicas como a Estratégia de Resiliência, dentre outras iniciativas.
James Grabert, diretor da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC), entidade que organiza o evento ao lado da Prefeitura ressaltou que as mudanças climáticas são um dos maiores desafios da atual geração e que é necessário haver uma interseção entre Estado e cidadãos. “Nesse sentido, precisamos enfatizar o papel das cidades como lideranças e maior participação dos cidadãos. Salvador está tendo esse papel de liderança e se mostra como exemplo a ser seguido”, pontuou.
O primeiro-secretário para assuntos ambientais da Embaixada da Alemanha, Lutz Morgenstern, agradeceu por Salvador abrir as portas para a realização das discussões sobre o clima e acredita que o painel pode tornar mais acessível aos cidadãos aos informações sobre o assunto. “A intenção é de alavancar métodos inovadores no desenvolvimento e implementação das ações de enfrentamento às mudanças climáticas. Queremos que as cidades sejam ainda mais sustentáveis para o futuro”, disse.
União – Ao relembrar os desafios enfrentados pela Holanda – país que fica abaixo do nível do mar e que, com isso, acabou se tornando referência na busca por soluções sustentáveis e de preservação da vida dos cidadãos -, o embaixador do país, Kees van Rij, lembrou que a capital baiana também pode ser afetada pelo aquecimento global, com o aumento do nível do mar.
O diretor regional do C40 (Grupo de Grandes Cidades para Liderança do Clima), Manuel Olivera, alertou que é uma emergência mundial enfrentar com vigor as mudanças climáticas. Para isso, é necessário implementar protocolos e investir em energia eficiente e limpa, com impactos positivos para o meio ambiente e população.
“Nós estamos vivendo uma situação semelhante a dos EUA vem vivendo desde 2017, de que o governo federal vai em uma direção e os governos estaduais em outra. O que estamos observando no Brasil é uma adesão até maior dos governos estaduais para a continuidade da pauta do Acordo de Paris do que nos EUA. Aqui, cerca de 23 governos estão comprometidos em continuar com o acordo, então temos que torcer para que a federação funcione e consiga vencer essa fase difícil”, informou.
Ele ainda acrescentou como as mudanças climáticas já estão impactando o país. “O Brasil é um país tropical, de altas temperaturas e umidade, ou seja, mais vulnerável ao aumento de temperatura. A nossa agricultura está em uma faixa de clima quase no limite e, se continuar esse processo, o Brasil vai perder a liderança nessa área”, destacou Nobre.