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As seis mudanças urgentes para conter a emergência climática

Um estudo global elaborado por cerca de 11 mil cientistas confirmou as pesquisas que apontam que o mundo está diante de uma emergência climática. Pesquisadores afirmam ter ‘obrigação moral de claramente advertir a humanidade sobre ameaças catastróficas’.

“Temos altas emissões, temperaturas crescentes, sabemos disso há 40 anos e não agimos — não é necessário ser um gênio para saber que temos um problema”, diz à BBC um dos principais autores da pesquisa, Thomas Newsome, da Universidade de Sydney.

As seis mudanças urgentes para conter a emergência climática, segundo 11 mil cientistas:

1. Energia:
A proposta do estudo é que políticos imponham altos impostos sobre a emissão de carbono, de forma a desestimular o consumo de combustíveis fósseis (como petróleo), além de eliminar os subsídios existentes para esse tipo de combustível.

2 Poluentes de curta duração:
Trata-se de um grupo de gases que ficam por pouco tempo na atmosfera, mas têm grande impacto no efeito estufa. São eles o metano, a fuligem e hidrofluorcabonetos, e os pesquisadores afirmam que limitar sua emissão tem o potencial de reduzir a atual tendência de aquecimento global em até 50% ao longo das próximas décadas, “além de salvar milhões de vidas e aumentar colheitas graças à redução da poluição do ar”.

3 – Natureza: O estudo pede mais esforços para a preservação e a restauração de ecossistemas da Terra — por exemplo, fitoplâncton, recifes de corais, florestas, savanas, mangues e pântanos contribuem “significativamente” para a absorção de CO2. “Plantas terrestes e marinhas, animais e micro-organismos têm papéis importantes no armazenamento do carbono”, diz o texto.

“Devemos rapidamente impedir a perda de habitat e de biodiversidade, protegendo as florestas ainda intactas, sobretudo aquelas com alta taxa de absorção de carbono, (…) e ao mesmo tempo aumentar o reflorestamento em grande escala. Embora a terra disponível esteja se limitando em alguns lugares (por causa das mudanças climáticas), um terço da redução de emissões necessária até 2030 para o (cumprimento do) Acordo de Paris pode ser obtido com essas soluções naturais.”O estudo argumenta que uma alimentação mais à base de frutas, vegetais, grãos e oleaginosas e menos voltada para a proteína animal, particularmente gado ruminante, “pode melhorar a saúde humana e reduzir significativamente as emissões de gases do efeito estufa”, diz o texto, agregando que práticas mais eficientes de cultivo e colheita e redução da “enorme quantidade de desperdício de comida” também são vitais.

4 – Comida: O estudo argumenta que uma alimentação mais à base de frutas, vegetais, grãos e oleaginosas e menos voltada para a proteína animal, particularmente gado ruminante, “pode melhorar a saúde humana e reduzir significativamente as emissões de gases do efeito estufa”, diz o texto, agregando que práticas mais eficientes de cultivo e colheita e redução da “enorme quantidade de desperdício de comida” também são vitais.

5. Economia:
Para os cientistas, a extração extensiva de matérias-primas e a exploração em excesso dos ecossistemas, na busca pelo crescimento econômico, devem ser “rapidamente contidas para a manutenção de longo prazo da nossa biosfera”.

“Precisamos de uma economia livre de carbono e políticas públicas que guiem decisões econômicas nesse sentido”, argumenta o estudo. “Nossa meta deve mudar de crescimento do PIB para a sustentabilidade de ecossistemas e a melhora do bem-estar humano, priorizando necessidades básicas e reduzindo a desigualdade.”

6 – População : O estudo aponta que a população humana na Terra aumenta em mais de 200 mil pessoas por dia e defende que isso seja estabilizado (e depois reduzido) “com parâmetros que garantam a integridade social”.

“Há práticas comprovadas e eficientes que fortalecem os direitos humanos ao mesmo tempo em que reduzem taxas de fertilidade e reduzem os impactos do crescimento populacional nas emissões de gases-estufa e na perda de biodiversidade”, prossegue o texto. “Essas políticas tornam o planejamento familiar disponível a todas as pessoas, removem barreiras a seu acesso e alcançam a plena igualdade de gênero, incluindo a educação primária e secundária como norma geral, sobretudo para meninas e jovens mulheres.”

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