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Apenas sete estados possuem secretarias de combate ao racismo

Das 27 unidades da federação, apenas sete têm secretarias específicas para o combate ao racismo, Amapá e Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Paraná. Os dados fazem parte de um levantamento realizado pela equipe da Agência Brasil.

Representantes do movimento negro e especialistas em políticas para questão racial avaliam que o panorama reflete a pouca centralidade do combate ao racismo nas esferas públicas do país.

A integrante da secretaria operativa da Coalizão Negra por Direitos, Ingrid Farias, considera alarmante o baixo número de secretarias pela igualdade racial nos governos estaduais.

“Quanto maior nos escalões você estiver mais acesso à orçamento você tem. Se a gente não tem acesso ao orçamento não se consegue fazer mudanças estruturais. Não adianta ter superintendência, secretaria, gerência, nada disso ou se isso não se reflete de fato no repasse de recurso orçamentário porque é assim que a gente consegue fazer as mudanças”, destacou.

“Você cria uma determinada coordenadoria, ou algo que não tem caneta, nem poder de decisão, para dizer que está fazendo alguma coisa no combate ao racismo e na verdade não está”, afirmou, Cleusa Silva, coordenadora da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB)

 

“Se a política pública está em um escalão mais elevado, há mais poder para o gestor pautar e intervir. O combate ao racismo deve estar em instâncias com poder porque o racismo opera com muita força na institucionalidade. O racismo institucional existe nos órgãos de gestão e no oferecimento do serviço para população que, muitas vezes, é discriminada no posto de saúde, na assistência social. Por isso, tem que ter formação dos servidores para que essa discriminação não aconteça”, explicou a especialista em políticas públicas para igualdade racial Carmela Zigoni, que é assessora do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc)

A pouca presença no primeiro escalão “é simbólica de como o Brasil ainda trata a questão do enfrentamento ao racismo”.

Fonte/Foto; Agência Brasil

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Jorge Roriz

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