Nesta terça-feira (29/10), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do medicamento tafenoquina para o tratamento da malária. Este é o primeiro aprovado nos últimos 60 anos para a principal forma da malária no País provocada pelo Plasmodium vivax.
O maior avanço trazido pelo remédio, de acordo com pesquisadores, está relacionado à forma de uso. Ele reduz a duração do tratamento de sete para um dia. A malária é transmitida pela picada do mosquito anopheles infectado pelo protozoário plasmódio, provoca febre, mal, estar, dores de cabeça e no corpo..
Grande parte dos pacientes, ao sentir melhoras, abandona o tratamento. “Sem o esquema completo, a pessoa pode apresentar a doença novamente”, conta o médico especialista em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz da Amazônia, Marcus Vinícius Guimarães Lacerda.
O novo medicamento não é indicado para mulheres grávidas e para pessoas com deficiência na produção de uma enzima, a G6PD. Estima-se que 5% da população apresenta o problema. “Pessoas que com a deficiência que tomam a tafenoquina podem ter efeitos colaterais graves, como a destruição das células vermelhas”, diz Lacerda.
O Brasil é o primeiro país endêmico a aprovar o uso da tafenoquina. A droga já recebeu registro nos Estados Unidos e na Austrália. Com o sinal verde da Anvisa, terá início em janeiro um estudo para a incorporação da droga no Sistema Único de Saúde (SUS). O medicamento deverá ser usado nas cidades de Manaus e Porto Velho a partir de janeiro do próximo ano, com duração de um ano.