Com o objetivo de beneficiar estudantes de universidades estaduais, o governo da Bahia deve começar a cobrar de instituições privadas pelo acesso dos estudantes na rede pública de saúde para programas de estágio. De acordo com o secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, a alteração deve ter validade a partir de 2018.
“Nós queremos colocar a rede à disposição e ampliar o ensino de saúde dentro das nossas unidades. Essa é uma decisão de governo que vem sendo construída com o governador Rui Costa há dois anos. Para que isso possa ser realidade, a partir de 2018, nós vamos restringir o acesso de estudantes de escolas privadas na rede pública [de saúde] do estado da Bahia, passando a cobrar dessas escolas privadas uma remuneração pela presença desses estudantes na nossa rede e reservando as principais unidades para as universidades públicas”, explicou.
Vilas-Boas acrescentou ainda que os recursos obtidos a partir da iniciativa devem garantir parte do investimento em capacitação e contratação de novos preceptores, que devem atuar nos hospitais, além da ampliação do número de bolsas de residência na área. “Há um forte compromisso em ampliar o ensino em nível de graduação e residência médica nos nossos hospitais, trazendo mais especialistas qualificados para trabalharem no mercado de saúde da Bahia”, ressaltou.
Como parte das ações para alcançar esse objetivo, o governo irá inaugurar o Hospital Costa do Cacau, em Ilhéus, que será o primeiro da Bahia pensado para o ensino desde sua criação. Sua estrutura contará com salas de aula, auditórios, salas de discussão de casos em cada enfermaria e dormitório para os alunos, por exemplo. A visita realizada na última semana a Cuba deve auxiliar o governo a implantar essa nova proposta. Vilas-Boas, Rui Costa e os reitores das quatro universidades estaduais baianas buscaram conhecer o modelo utilizado no país. Segundo o secretário, lá “o ensino de saúde é feito em todos os hospitais e unidades de saúde”.
“Em Cuba, o serviço de saúde está dentro da universidade. Toda unidade de saúde é uma unidade de ensino, com estudantes. A gente foi lá entender como funciona isso, porque é muito difícil fazer com que instituições que cresceram separadas, como é o caso da rede pública de saúde e as universidades, consigam se integrar”, pontuou o secretário. Segundo Vilas-Boas, os investimentos para a concretização do objetivo serão oriundos do orçamento da própria Secretaria de Saúde.
Redação Saúde no Ar
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