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Amiloidose – Grupo de enfermidades raras

A amiloidose é uma doença em que ocorre m depósitos extracelulares de proteínas que conduz a lesões nos órgãos. Constitui um grupo de enfermidades raras descritas pela primeira vez há mais de 200 anos. A doença se manifesta quando as proteínas amilóides se depositam e acumulam nos órgãos e tecidos do corpo. Esta acumulação pode ocorrer de maneira sistêmica (pelo corpo inteiro) ou de maneira localizada (em um tecido).Os cientistas estimam que dos 165.000 casos notificados anualmente, 89 mil casos de amiloidose podem ser fatal. Estes números são semelhantes às do sarampo ou da dengue,

Embora os vários tipos de amiloidose tenham em comum a deposição de proteínas com folding incorreto que se agregam como fibrilhas nos tecidos, estes diferem na composição de proteínas, envolvimento de órgãos, implicações prognósticas e no tratamento. Portanto é importante determinar o tipo de  amiloidose do doente, para fornecer o tratamento adequado.Existem pelo menos 23 proteínas diferentes associadas à amiloidose.

A cada ano são diagnosticados mais de 3 mil casos de amiloidose nos Estados Unidos. Trata-se de uma doença que afeta pessoas acima de 50 anos, porém pode ocorrer em pessoas de 30 anos de idade. Outras doenças podem aumentar o risco de se desenvolver a amiloidose e, quando se tem outras pessoas da mesma família afetadas com a doença, pode indicar uma forma hereditária chamada familiar. Entre 10% a 15% das pessoas afetadas por mieloma múltiplo desenvolvem a amiloidose.

Entre os sintomas da doença encontram-se: fadiga, perda de peso, sensação de plenitude gástrica, formigamento e dormência nas pernas, falta de ar, ritmo cardíaco irregular, e possivelmente aumento do tamanho da língua (macroglossia).

A amiloidose sistêmica consiste no depósito de proteínas amilóides em diversos tecidos, incluindo os músculos, tecidos conjuntivos, órgãos e nervos periféricos. Existem vários tipos de amiloidose sistêmica: AL amiloidose, amiloidose hereditária, e AA amiloidose. A primeira letra significa amilóide e a segunda corresponde ao tipo de proteína (A= amilóide e L= light chain).

A amiloidose localizada encontra-se na forma de nódulos parecidos a tumores localizados nos pulmões, na laringe, na pele, na bexiga, no intestino delgado e na língua. A amiloidose localizada pode afetar as pessoas com diabetes do tipo II, com alguns tipos de câncer da tireóide e do sistema endócrino, e muitas pessoas acima de 80 anos de idade (amiloidose senil).Para cada nove pessoas afetadas por amiloidose sistêmica, há uma afetada por amiloidose localizada.

Amiloidose primária. A amiloidose  AL é a forma mais comum da doença. Na amiloidose AL ocorre uma alteração das células plasmáticas cuja causa é desconhecida.A medula óssea produz um grande número de células – glóbulos vermelhos e glóbulos brancos, plaquetas e anticorpos (que são proteínas). No caso da amiloidose AL, a medula óssea produz proteínas não dobradas (partes de anticorpos conhecidos como “cadeias leves”) que trafegam pelo corpo, se juntam e se depositam em vários órgãos. Em última instância causam falência dos órgãos se o depósito das proteínas não for interrompido.A amiloidose AL pode afetar um único órgão ou vários órgãos.

Entre as combinações mais comuns de órgãos afetados estão: coração/rins, coração/aparelho digestivo, rins/nervos periféricos, porém qualquer combinação de órgãos pode existir. Aproximadamente 1/3 das pessoas afetadas por amiloidose AL apresentam um alto nível de proteína na urina, porém com poucos sintomas de envolvimento dos órgãos. Outras pessoas (1/3) têm sintomas de acumulação de proteína no coração, e em 1/4 dos pacientes com AL, a proteína se acumula no fígado e aparelho digestivo.

Amiloidose secundária – AA pode apresentar-se no curso de uma doença inflamatória ou infecção crônica tal como a artrite reumatóide, a febre mediterrânea familiar, a osteomielite, a tuberculose, ou uma doença inflamatória intestinal.  Nos Estados Unidos, esta forma de amiloidose é  encontrada raramente devido ao tratamento médico disponível para as doenças e infecções crônicas, evitando que uma amiloidose AA se desenvolva. A amiloidose AA tem muito mais incidência em países em desenvolvimento. Os rins são os órgãos mais afetados por amiloidose AA.

Amiloidose Familiar ou hereditária – AF. Como o nome indica, este tipo de amiloidose é hereditário. É o único tipo que é hereditário e não tão raro quanto se pensava anteriormente.A doença se apresenta quando se herda um gene anormal (uma mutação) que causa a produção de proteínas que têm o potencial de formar amilóides. Se alguém tiver este gene mutado, cada um dos seus filhos terá 50% de probabilidade de herdar a mutação do gene. Nem todas as pessoas com uma das mutações desenvolvem a doença. Algumas criam apenas uma pequena quantidade de amilóide no organismo, e outras não desenvolvem nenhuma amilóide sequer. Entre elas podemos citar a ATTR ou Amiloidose por Transtirretina, o nosso foco, que engloba as cerca de 120 variantes da transtirretina entre elas a Polineuropatia Amiloidótica Familiar do tipo Português (PAF ou Paramiloidose), a variante Val30Met.

A amiloidose cutânea está relacionada com o depósito de amilóide na pele, aparentemente normal, sem depósitos em outros órgãos. Admite-se que o amilóide seja composto de queratinas advindas da degeneração de queratinócitos e de tonofilamentos devido a lesões focais da epiderme. Os principais tipos são a amiloidose macular, o líquen amiloidótico e a amiloidose mista.

Amiloidose macular: As lesões são manchas acastanhadas ou enegrecidas, geralmente ovaladas, mas podem ter várias formas. Pode ocorrer em qualquer área do corpo mais é mais freqüente na região dorsal superior, região escapular, seguida da face extensoras dos membros. O prurido geralmente está presente, mas pode ser assintomático em alguns casos.

Amiloidose mista (maculo-papulosa): sobre as manchas acastanhadas vão ter pápulas, algumas vezes ceratóticas.

Amiloidose nodular: forma rara, caracterizada por nódulos ou placas infiltradas eritêmato-acastanhadas, únicas ou múltiplas. Localizam-se, preferencialmente, no tronco ou extremidades. Em 7% dos casos podem evoluir pra paraproteinemias ou amiloidose sistêmica.

Amiloidose bolhosa: é considerada uma variante do líquen amiloidótico. Frequentemente observada associada a amiloidose sistêmica cursando com mieloma múltiplo.

O assunto foi tema do Programa Saúde no ar. desta terça-feira (27.06) Patricia Tosta conversou com a Dra.Mria Carolina Tostes,  Hematologista do Grupo Fleury.

Dra. Maria Carolina:Tostes

Médica Hematoloigista / USP-SP o.

Pós-doutoradA/ Leiden Unversity Medical Center, Leiden – Holanda.

Ouça a entrevista na íntegra:

 

Saiba mais sobre Amiloidose: Guia 

Fonte: ABPAR- Associação Brasileira de Paramiloidose

Fotos:Internet

Redação Saúde no ar

 

 

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Patricia Tosta

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