No dia 22 de Setembro, pacientes com idade acima 60 anos serão atendidos por uma equipe multidisciplinar na Fundação de Neurologia e Neurocirurgia – Instituto do Cérebro – na rua Deocleciano Barreto, 10, no Chame-Chame, para a realização do diagnóstico precoce do Mal de Alzheimer. O atendimento, que é gratuito, será das 7h às 18h.
Os pacientes serão atendidos por neurologistas, psiquiatras, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e psicólogos, enfermeiras, assistentes sociais, além de estudantes de Medicina e de outros cursos da área de saúde -, e farão a primeira fase da avaliação diagnóstica, que consiste da aplicação do questionário de avaliação estado mental e exames através do eletroencefalograma e retirada de sangue para dosagem da apolipoproteína.
Quem apresentar fatores de risco será encaminhado para exames de imagens posteriores na Fundação de Neurologia e Neurocirurgia, no Laboratório de Cognição. A promoção é do Projeto a Neurologia e a Neurociência na Comunidade, sob coordenação do professor dr. Antônio Andrade.
CONTATO DR. ANTÔNIO ANDRADE – 71 98875-8830
Temos hoje no Brasil cerca 1,2 milhões de pessoas acometidas pelo Mal de Alzheimer. A doença de Alzheimer e desordens relacionadas afetaram cerca de 44 milhões de pessoas em todo o mundo em 2014 e este número “vai dobrar a cada 20 anos”, de acordo com um relatório da OMS de 2012. Ainda existe grande desconhecimento sobre o que significa um envelhecimento cognitivo dentro da normalidade, e como distingui-lo de um envelhecimento patológico. Com o objetivo de buscar um diagnóstico precoce, A Fundação de Neurologia e Neurocirurgia da Bahia, a partir do projeto “A Neurologia e a Neurociência na Comunidade”, vem desenvolvendo nos últimos 13 anos o Mutirão de Alzheimer. Em 2017 o evento acontece em dois momentos :
Fundação de Neurologia e Neurocirurgia – Instituto do Cérebro – Rua Deocleciano Barreto N° 10 Chame-Chame – Tel/Fax (71) 4009-8888 / 3332-2373
Abaixo um artigo do Dr. Antônio de Souza Andrade Filho sobre a Doença de Alzheimer. Dr. Andrade é chefe do Serviço de Neurologia HUPES-UFBA, professor titular de Clínica Neurológica da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, doutor do Departamento de Neurociência e Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia e Presidente da Fundação de Neurologia e Neurocirurgia – Instituto do Cérebro.
O Apagão da Mente – Alzheimer.
Antônio de Souza Andrade Filho
Imagine um curto-circuito nos neurônios e um black-out no cérebro, pronto, esta é a imagem que melhor define a patologia chamada Alzheimer, uma enfermidade clínica patológica, cuja alteração fundamental é a deterioração intelectual (demência).
Descrita pelo neurologista alemão de nome Alois Alzheimer, em 1906, como uma forma de demência senil, porém de evolução rápida e com sintomas focais, como dificuldades visual e espacial e de linguagem. Alteração da memória recente, a sua incidência está entre 50 e 60 anos, mas já se manifesta entre os 35 e 45 anos, constituindo a chamada forma juvenil. Estudos mundiais revelam que a partir dos 65 anos, 5% da população mundial sofrem da doença, e que esta taxa aumenta com o avanço da idade. Estima-se para o ano 2025, cerca de 71% da população mundial acima dos 65 anos apresentará algum tipo de demência, e o Mal de Alzheimer estará no topo da pirâmide.
Quais sãos os sintomas? No começo são os pequenos esquecimentos, normalmente aceito pelos familiares como parte normal do envelhecimento, mas que vão agravando-se gradualmente. Os idosos tornam-se confusos, e por vezes, ficam agressivos, passam a apresentar distúrbios de comportamento e terminam por não reconhecer os próprios familiares.
A perda de memória causa a estes pacientes um grande desconforto em sua fase inicial e intermediária, já na fase adiantada não apresentam mais condições de perceber-se doentes, por falha da auto-crítica. Não se trata de uma simples falha na memória, mas sim de uma progressiva incapacidade para o trabalho e convívio social, devido a dificuldades para reconhecer pessoas próximas e objetos. Mudanças de domicílio são mal recebidas, pois tornam os sintomas mais agudos. Um paciente com Doença de Alzheimer pergunta a mesma coisa centenas de vezes, mostrando sua incapacidade de fixar algo novo. Palavras são esquecidas, frases são truncadas, muitas permanecendo sem finalização.
À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes dos familiares e cuidadores, quando precisam de ajuda para se locomover, têm dificuldades para se comunicarem, e passam a necessitar de supervisão integral para suas atividades comuns de vida diária (AVD), até mesmo as mais elementares, tais como alimentação, higiene, vestir-se, entre outras.
FASE INICIAL:
Distração
Dificuldade de lembrar nomes e palavras
Esquecimento crescente
Dificuldade para aprender novas informações
Desorientação em ambientes familiares
Lapsos pequenos, mas não característicos de julgamento e comportamento
Redução das atividades sociais dentro e fora de casa
FASE INTERMEDIÁRIA:
Perda marcante da memória e da atividade cognitiva
Deterioração das habilidades verbais, diminuição do conteúdo e da variação da fala
Apresenta mais alterações de comportamento: frustração, impaciência, inquietação, agressão verbal e física
Alucinações e delírios
Incapacidade para convívio social autônomo
Perde-se com facilidade, tendência a fugir ou perambular pela casa
Inicia perda do controle da bexiga
FASE AVANÇADA:
A fala torna-se monossilábica e, mais tarde, desaparece
Continua delirando
Transtornos emocionais e de comportamento
Perda do controle da bexiga e do intestino
Piora da marcha, tendendo a ficar mais assentado ou no leito
Enrijecimento das articulações
Dificuldade para engolir alimentos, evoluindo para uso de sonda enteral ou gastrostomia (sonda do estômago)
Morte.
Não há um teste específico que estabeleça de modos inquestionável a doença de Alzheimer. O diagnóstico de certeza só e feito através de exame patológico (biópsia do tecido cerebral), conduta não realizada quando o idoso está vivo. Desse modo, o diagnóstico de provável Demência tipo Alzheimer é feito excluindo outras patologias que podem evoluir também com quadros demenciais, tais como:
Doenças da tireoide, Acidentes vasculares cerebrais, hipovitaminoses, Hidrocefalia, Efeitos colaterais de medicamentos, Depressão, Desidratação, Tumores cerebrais, entre outros. Para nosso alento, recente pesquisa sugere que uma das formas de preservação do mal é manter em atividade a vida intelectual. Precisamos diagnosticar com precocidade Mal de Alzheimer, porque o diagnóstico é quase sempre tardio. Necessitamos retirar da velhice a imagem de decadência intelectual. E que dentro em breve teremos a cura.
Foto: Internet
Fonte: Assessoria
Redação Saúde No Ar