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Alimentação do Nordestino

A presidente do Conselho de Nutricionistas da Bahia e Sergipe, Amanda Ornellas, e Luciana Santos membro do Conselho de nutricionistas e mestre em alimentação e cultura pela Universidade Federal da Bahia.foram as convidadas do Programa Saúde no Ar desta segunda- feira (05/08) no Programa Saúde no Ar com transmissão pelas Rádios Excelsior AM 840 e Web Saúde no Ar, sob o comando de Patrícia Tosta.

Assista o vídeo do programa:

 

Estudos indicam que a alimentação do nordestino é baixa em vitaminas, minerais e fibras

Embora tenha conseguido escapar dos históricos índices de desnutrição, a população do Nordeste hoje apresenta uma alimentação caracterizada pelo alto consumo de sódio, gordura saturada e açúcar refinado e deficiente em vitaminas, minerais e fibras, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, entre outras. A informação é de um mapeamento realizado por uma empresa de produtos alimentícios, através da ToBeHealth (TBH), que se debruçou sobre uma série de pesquisas científicas disponíveis na literatura sobre a saúde do povo nordestino.

De acordo com a análise, de um modo geral, os alimentos predominantes nas mesas desta região são arroz, café, feijão, sucos, pão de sal e carne bovina. Para a nutricionista Amanda Ornelas, não significa exatamente que essas comidas são as culpadas pelas doenças. “Não existem alimentos errados, existe a falta de equilíbrio no consumo de diversos tipos de alimentos. Esses itens descritos como populares na mesa dos nordestinos vieram de pesquisas populacionais e não quer dizer que estão associados ao aumento de doenças”, adianta.

No entanto, é preciso atentar-se para um conjunto de doenças comumente chamadas de DCNT (isto é, Doenças Crônicas Não Transmissíveis), cujo desenvolvimento também pode estar relacionado a fatores alimentares, que são responsáveis pela morte de 51,6% da população brasileira entre 30 e 69 anos. As DCNT mais comuns são as cardiovasculares e diabetes, sendo o primeiro tipo a mais presente no Nordeste.

Um dos fatores de risco das DCNT cardiovasculares é a hipercolesterolemia – ou colesterol alto, que foi identificada em 24% dos homens adultos e 30% das mulheres adultas, segundo dados de estudos analisados. Entre esses mesmos indivíduos também foi constatado elevado índice de LDL (o chamado colesterol ruim), sendo que nos homens esse valor é de 26% e nas mulheres chega a 33%.

Bahia

Na capital baiana, 26,8% da população adulta sofre de dislipidemias, isto é, uma taxa anormalmente elevada de colesterol ou gorduras na corrente sanguínea, que podem ser indicadores de doenças cardiovasculares. Não bastasse isso, 41% das crianças soteropolitanas menores de 10 anos apresentam sobrepeso ou obesidade e quase 70% da população adulta se encontrava na mesma situação, conforme dados de 2018 do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan).

“Hoje em dia o percentual da população com baixo peso é muito menor comparado há alguns anos atrás. O Nordeste segue a tendência de aumento de peso e sobrepeso, tal como acontece em todo o Brasil. A gente entende que esse é um momento importante de demonstrar esse panorama para a população local e criar uma conscientização para reverter este quadro. E ter dados que sejam locais é de grande importância para ver que muitas das doenças que estão acometendo a população estão ligadas a fatores alimentares.”, complementa Amanda Ornelas.

Dessa maneira, estratégias simples, como ter uma alimentação equilibrada no dia a dia e praticar atividade física são necessárias para a melhora da qualidade de vida dos indivíduos. Como vimos, as doenças cardiovasculares estão entre as predominantes na região. Alguns fatores de risco, como o colesterol elevado, podem ser controlados dando maior atenção a alimentação e incluindo diariamente alimentos que contenham vitaminas, minerais e fibras.

Esses nutrientes podem ser encontrados em alimentos como, por exemplo, frutas, verduras, cereais integrais, e sobretudo na aveia, que tem uma composição nutricional superior quando comparada com outros grãos. Dentre seus nutrientes de destaque, ela possui a betaglucana, um tipo de fibra que ajuda a diminuir o colesterol. Incluir 3 colheres de sopa de aveia pode ajudar a diminuir os níveis de colesterol em excesso, quando o seu consumo está associado à uma alimentação equilibrada com baixo teor de gorduras saturadas e à hábitos de vida saudáveis.

“O colesterol é uma fração da gordura, importante para o organismo, mas em níveis acima do normal podem trazer problemas sérios para saúde. A alimentação inadequada pode influenciar no aumento destes níveis. A aveia, por exemplo, tem um componente chamado betaglucana, uma fibra solúvel, que ajuda a reduzir a absorção do colesterol no intestino, colaborando no controle do mesmo. Além disso, as fibras da aveia ajudam a promover uma maior sensação de saciedade, regular o funcionamento do intestino fazendo com que o ato de ir ao banheiro não seja mais tão difícil”, finaliza.

Rico em nutrientes e capaz de auxiliar na saciedade e no controle do colesterol, este cereal apresenta uma grande versatilidade em seus tipos, podendo ser encontrada em formato de flocos, farinha e farelo. Os flocos são ideais para preparos de mingaus, sopas, vitaminas, iogurtes, saladas, etc. Já a farinha é ótima para substituir a farinha de trigo na preparação de bolos e biscoitos. Por fim, o farelo pode ser incluído em receitas de pães, massas, panquecas, almôndegas e hambúrgueres.

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