Apesar da queda do número de pessoas infectadas e de mortes associadas à AIDS, ainda é grande a parcela da população que convive com a doença: de 1980 até o momento foram identificados 926.742 casos no País, com cerca de 40 mil novas ocorrências por ano. Se por um lado temos conquistas como o fato de que 85% das pessoas que estão sendo tratadas chegam a zerar a carga viral, ou seja, convivem com vírus HIV, mas não transmitem; por outro ainda é preciso alertar para o fato de que, em todo mundo, cerca de 9,4 milhões de pessoas não sabem que vivem com HIV, de acordo com a UNAIDS.
O infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury, marca detentora da Diagnoson a+, em Salvador, destaca o componente comportamental dessa equação: “ainda é comum as pessoas terem medo de fazer o exame. E, como o vírus é silencioso, muitos convivem com ele sem saber, o que é complicado, já que o diagnóstico precoce é fundamental para o êxito do tratamento.
O especialista reforça, também, que a prevenção é o melhor remédio e que isso passa, necessariamente, pela informação. A seguir, ele esclarece as principais dúvidas sobre a doença:
Como faço para saber se tenho o vírus HIV? Os testes rápidos funcionam?
É preciso fazer um exame de sangue específico, chamado anti-HIV. Os testes rápidos, feitos a partir de uma gota de sangue ou da saliva funcionam, mas podem, mesmo que raramente, apresentar falha. É preciso, também, ter atenção à janela imunológica, que é o período entre a infecção e a produção de anticorpos pelo organismo contra o HIV em quantidade suficiente para serem detectados.
E quais são os sintomas da AIDS?
Passada a fase assintomática, os sintomas mais comuns na fase de desenvolvimento da doença são febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento, o que pode ser confundido com outras enfermidades. O resultado do exame é fundamental para o diagnóstico e tratamento.
Todo portador do vírus HIV tem AIDS?
Nem sempre. Quem adquire o vírus não necessariamente vai desenvolver a doença, que é a AIDS. O avanço de tratamentos também contribui para que portadores do vírus não a desenvolvam. Quanto mais precocemente o indivíduo saber que possuiu o HIV, mais chances ele tem de obter êxito em tratamentos, que são para a vida toda.
Como posso me prevenir?
A camisinha é fundamental não só para evitar a transmissão do HIV como de outras doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis e hepatite. É recomendado não compartilhar seringas e outros aparelhos cortantes que têm contato com o sangue. Uma dúvida muito comum é sobre manicures e estúdios de tatuagens. Nesses casos, não é possível a transmissão do HIV, mas sim dos vírus B e C da Hepatite. Agulhas e seringas devem ser esterilizadas e descartáveis. Ter seu próprio kit para unhas é uma boa pedida e escolher um local que te inspire confiança, também.
Como posso me prevenir?
A camisinha é fundamental não só para evitar a transmissão do HIV como de outras doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis e hepatite. É recomendado não compartilhar seringas e outros aparelhos cortantes que têm contato com o sangue. Em caso de manicures e estúdios de tatuagens, por exemplo, é fundamental que os aparelhos sejam esterilizados e descartáveis como é o caso de seringas e agulhas. Ter seu próprio kit para unhas é uma boa pedida e escolher um local que te inspire confiança, também.
Seria interessante fazer uma diferenciação entre o HIV e as hepatites. No caso de manicures, estúdios de tatuagem, por exemplo, pode ocorrer a transmissão das hepatites B e C, mas não do HIV. Da forma como foi colocado no texto, pode dar a impressão de que ambos os vírus podem ser transmitidos dessa forma, mas isso só acontece com os vírus B e C das hepatites, mas não com o HIV.
O vírus HIV pode ser transmitido por beijo na boca, abraço, aperto de mão e banheiro compartilhado?
Não. O vírus só é transmitido por meio do contato sexual e do sangue. Objetos não perfurantes como talheres, copos, ou mesmo o compartilhamento do vaso sanitário não apresentam riscos.
Como saber se meu parceiro ou minha parceira tem o vírus?
Qualquer pessoa pode ter o vírus, sem que isso seja percebido, a não ser que a própria pessoa comunique. Aquela história de grupo de risco ficou para trás. Há, inclusive, portadores que não sabem que possuem o HIV. Somente um exame de sangue poderá confirmar a presença do vírus, desde que seja feito após a janela imunológica.
Mulheres soropositivas podem engravidar sem transmitir o vírus ao bebê? E o aleitamento, é permitido?
Sim, mulheres podem engravidar sem transmitir o vírus desde que a mãe seja medicada e siga o tratamento corretamente, sendo acompanhada por um médico infectologista. É recomendado que a mulher esteja com boa imunidade e tenha baixa carga viral. A criança também deve ser monitorada nos primeiros meses de vida. O aleitamento, no entanto, é proibido, já que o leite materno pode transmitir o vírus à criança.
A AIDS tem cura? Como é o tratamento? Mesmo com tantos avanços ela ainda é preocupante?
A AIDS ainda não tem cura e nem há vacina para ela. Vale frisar que o tratamento está cada vez mais personalizado e com menos efeitos colaterais e que ele é para a toda a vida. Isso, no entanto, não pode ser desculpa para afrouxarmos a prevenção. A infecção pelo vírus HIV ainda é um grave problema de saúde pública, com sérios danos para a imunidade, podendo, em virtude das chamadas doenças oportunistas, levar ao óbito.
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Foto: Assessoria
Fonte: Assessoria