Agrotóxico são venenos, estão presentes no dia a dia e podem contaminar o solo, o ar, os alimentos, a água a vida animal, os ecossistemas e os seres humanos. A utilização em grande escala, sobretudo na agricultura, nas ultimas décadas em que passamos, a partir de 2008, a sermos o maior consumidor mundial desses venenos agrícolas, nos levou em 2015 ao consumo na cifra de 1.5 bilhões de quilos, ao mesmo tempo as intoxicações causadas por agrotóxicos se elevaram consideravelmente.
Entre os anos de 2007 a 2015, 8 anos, com dados ainda incompletos, tivemos no Brasil registro de 84.206 intoxicações, somente em 2014, esses dados registram 2.695 casos, onde a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima, que para cada 01(hum) caso notificado existam 50 casos não notificados, isto ocorre pela fragilidade dos serviços de saúde para diagnósticos, investigações, manejos e registros dos casos.
Dentre os agentes tóxicos, os agrotóxicos são os que mais levam à morte, com o potencial de letalidade muito grande e gravidade de efeitos agudos e crônicos, como são as alergias, distúrbios gastrointestinais, problemas respiratórios, problemas intestinais, reprodutivos, mutações genéticas, má formação na gravidez, câncer de diversos tipos, distúrbios neurológicos, depressão que podem levar a tentativa de suicídio.
Os grupos mais suscetíveis à exposição de agrotóxicos são os trabalhadores agrícolas, os aplicadores de agrotóxicos, as crianças, as mulheres de idade reprodutiva, gestantes, aquelas que estão amamentando (lactantes), idosos, alérgicos, pacientes com doenças crônicas, entre outros, mas de forma geral toda a população está exposta aos agrotóxicos em menor ou maior grau.
Do ponto de vista do enfrentamento do problema, há um cenário de fragilidade nas ações de vigilância, prevenção e promoção da saúde, na baixa articulação de ações de regulações e fiscalizações pelos órgãos envolvidos na saúde, meio ambiente e agricultura, apesar da legislação robusta e inovadora que é a lei nº 7.902 de 1999, mas de baixa aplicabilidade, ou seja, nós vivemos uma situação de risco muito grande, nas pessoas expostas aos agrotóxicos e precisamos reorientar a agricultura para um modelo de redução de uso de agrotóxicos e fortalecimento da agroecologia.
O assunto foi tema do quadro “Meio Ambiente e Saúde”, veiculado às quartas-feiras pelo programa Saúde no Ar. na AM 840 e Rádio Web Saúde. Sintonize!
Ouça o comentário do Ruy Muricy, Engenheiro Agrônomo, Mestre em Geografia.
Desde o ano de 2017 a Escola de Nutrição/UFBA,desenvolve o projeto de Extensão,“Nutrição, meio ambiente e saúde no ar: comunicação em saúde e cidadania”, sob a coordenação da Profa Ma.Neuza Maria Miranda dos Santos e colaboração do Grupo Germen, e da aluna bolsista do projeto Permanecer, Thuane Policarpo.Para participar do Projeto que tem como objetivo apresentar e discutir temas de saúde, em seu conceito ampliado, além de difundir informações científicas sobre nutrição, alimentação saudável e qualidade de vida, basta enviar perguntas ou sugestões de temas para o email: produção@portalsaudenoar.com.br ou uma mensagem de texto ou áudio para o WhatsApp: 71-9968-13998.
Redação: Saúde no Ar
Texto: Ruy Muricy
Foto: Internet