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Agosto Lilás – Violência feminina: Como vencer essa pandemia

Mesmo com a Lei Maria da Penha, que completa 14 anos, nesta sexta-feira (07), a violência contra a mulher não diminui no Brasil. Nos últimos 12 anos, o país subiu da 7ª para a 5ª posição no ranking desse tipo de crime.

Coordenadora do Grupo de Defesa da Mulher e da População LGTB no Ministério Público da Bahia, a promotora Sara Gama acredita que o processo, além do empoderamento feminino, envolve o diálogo com o homem. É por isso que ela desenvolveu, em parceria com a sociedade civil, representada pelo educador físico Euvaldo Jorge Miranda de Oliveira Junior, o projeto “Luto por Elas” (@lutoporelas2020), que busca, justamente, convocar os homens para esse diálogo e buscar uma conscientização para sanar esse tipo de violência que persiste na casa de muitas famílias.

“A violência é abominável e as consequências são drásticas na vida da mulher e de toda a sua família”, enfatiza a promotora, que foi a primeira titular da promotoria especializada voltada para a defesa da mulher. Ela explica que o projeto parte também de um pressuposto na legislação, que determina a homens que cometeram agressões contra mulher participem de grupos reflexivos e sejam acompanhados por psicólogos.

Ela cita uma pesquisa do Instituto Avon de 2016, que mostra que 88% dos entrevistados dizem ter consciência que há uma desigualdade de gênero no país e que as mulheres são as maiores vítimas dessa desigualdade. A pesquisa revelou também que o homem tem dificuldades em falar sobre violência, mas ele acaba sempre escutando mais outro homem que aborde o assunto: 81% responderam que concordam que eles deveriam falar com outros homens sobre o que fazer para que as mulheres não sofram preconceito.

Sara Gama frisa que essa é uma realidade que deve ser confrontada. “No Ministério Público da Bahia, 30% dos inquéritos de Salvador são referentes à violência doméstica. É preciso mudar essa perspectiva e conscientizar o homem”, reforça.

Ela afirma que o projeto “Luto por Elas” busca abraçar essa outra perspectiva de desconstrução por parte dos homens. “Esse machismo estrutural faz com que os homens sofram emocionalmente e fiquem engessados. Eles acabam não desenvolvendo estrutura emocional para lidar com adversidades, já que são culturalmente enraizados na ideia de serem o tempo todo protagonistas e vitoriosos”.

Atuando há 12 anos no âmbito de combate à violência doméstica, Sara Gama também integrou a Frente da Coordenação do Carnaval, que promoveu uma ingerência na campanha Não é Não do governo do estado. Ela conta que a campanha foi focada majoritariamente em blocos masculinos, como As Muquiranas e Filhos de Gandhy, para tratar de questões ligadas a assédio e importunação sexual. “O projeto nasce a partir daí e, desde então, publicamos conteúdos nas redes sociais que tragam algum nível de conscientização sobre o tema”.

A promotora diz ainda que a violência contra a mulher já começa muita antes da agressão física, com restrições de direitos, xingamentos, abusos psicológicos. Tudo isso causa uma reação em cadeia que afeta, por exemplo, a economia. Uma pesquisa de 2018 da Universidade Federal do Ceará mostra que o Brasil perde R$ 1 bilhão com casos crescentes de violência contra a mulher.

Nesta Sexta-feira (07.08) o Programa Excelsior Saúde lembra a celebração de 14 anos da Lei Maria da Penha, fruto de lutas do movimento feminista e importante instrumento de enfrentamento a violência contras as mulheres no Brasil. A conversa será com a Secretária de Políticas para mulheres- SPM Julieta Palmeira e com a Coordenadora do Projeto Força Feminina da Rede Oblatas Alessandra Gomes.

Excelsior Saúde, acontece das 9 às 10h com transmissão pela Rádio Excelsior AM 840. Acompanhe pelo site: https://redeexcelsior.com.br e participe pelo telefone 71 – 3328-7666 e whats app (71) 9-9681-3998.

Acesse todos os conteúdos do programa através do Portal: https://www.portalsaudenoar.com.br/.

 

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