Devido a fatores genéticos, exposição à poluição atmosférica e tabagismo secundário, doença em pessoas que nunca fizeram uso de cigarro é cada vez maior
A campanha “Agosto Branco” tem por objetivo chamar a atenção da sociedade sobre a prevenção e os cuidados necessários contra o câncer de pulmão, segundo tipo de tumor que mais acomete os brasileiros. Estudos científicos mostram que o principal fator de risco para o desenvolvimento desta neoplasia é o tabagismo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão estão diretamente associados ao uso de tabaco. No entanto, tem se observado um número cada vez maior de pessoas não fumantes com a doença.
Informações do Centro para Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos (CDC) revelam que de 10 a 20% dos novos casos de câncer de pulmão têm acometido pessoas não fumantes. Estudos da mesma entidade também mostram que o tabagismo secundário é responsável por cerca de mais de sete mil casos naquele país. “Apesar de o tabagismo ser comprovadamente uma das principais causas para o desenvolvimento do câncer de pulmão, pessoas que nunca fizeram uso de cigarros também precisam estar atentas para o desenvolvimento da doença, uma vez que o número de pacientes não tabagistas tem representado uma parcela importante entre os que sofrem com o problema”, afirma a Dra. Aknar Calabrich, médica oncologista e integrante do Comitê de Tumores Torácicos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
Alguns dos principais fatores para o desenvolvimento do câncer de pulmão em pessoas não fumantes são:
- Tabagismo passivo (quando alguém convive com um fumante e acaba inalando a fumaça do cigarro por estar perto);
- Exposição à poluição atmosférica (problema crônico em grandes metrópoles, como São Paulo);
- Fatores genéticos;
- Infecções pulmonares de repetição;
- Doença pulmonar crônica;
- Idade avançada; e
- Exposição ocupacional a agentes químicos como gases e metais pesados.
Tanto para fumantes quanto para não fumantes, o câncer de pulmão costuma se apresentar da mesma forma, com sintomas como: cansaço; tosse; expectoração com sangue; dor no peito; dificuldade para respirar; rouquidão; perda de peso e de apetite. “Os sintomas do câncer de pulmão podem se assemelhar aos de outras doenças, por isso, é importante buscar auxílio médico imediato, caso o paciente apresente qualquer desses sinais. Geralmente, os sintomas costumam aparecer quando a doença está avançada, ou seja, quando o tumor invade as estruturas próximas ao pulmão ou se dissemina para outros órgãos”, complementa Dra. Aknar.
Prevenção, diagnóstico e tratamento
A prevenção ao câncer de pulmão depende de fatores diversos. “Para prevenir o câncer de pulmão é fundamental evitar o tabagismo, a exposição a gases e substâncias químicas de teor tóxico e à poluição atmosférica. Além disso, alguns pacientes acima de 50 anos e com história de tabagismo têm indicação de fazer tomografia de tórax de rastreamento. Se um tumor for detectado precoce, maiores são as chances de cura com o tratamento”, comenta Dra. Aknar.
O diagnóstico do câncer de pulmão é feito por meio de exames de imagem como tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética e PET/CT (tomografia por emissão de pósitrons), além da biópsia por métodos como broncoscopia. “O tratamento do câncer de pulmão envolve profissionais de equipe multidisciplinar e varia de acordo com o tipo e tamanho da doença, podendo ser por meio de cirurgia para remoção do nódulo ou de partes do órgão, radioterapia, quimioterapia, terapias-alvo ou a combinação dessas modalidades. Somente com o diagnóstico preciso e noção de estágio da doença é possível direcionar cada caso”, finaliza a médica.
Confira mais detalhes sobre o Câncer de Pulmão no infográfico da SBOC, disponível para download aqui.
SOBRE A SBOC – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ONCOLOGIA CLÍNICA
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) é a entidade nacional que representa mais de 2,6 mil especialistas em oncologia clínica distribuídos pelos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. Fundada em 1981, a SBOC tem como objetivo fortalecer a prática médica da oncologia clínica no Brasil, de modo a contribuir afirmativamente para a saúde da população brasileira. É presidida pelo médico oncologista Prof. Dr. Paulo M. Hoff.