CES-BA sugere ao Governo do Estado a ampliação da participação de Secretarias e Conselhos no Comitê Intersetorial de combate a ameaças em escolas na Bahia
Diante das últimas notícias do momento sobre os tristes casos de violências e ataques que estão acontecendo em unidades escolares do país, demonstrando um quadro de agravamento que já vem sendo contabilizado nos últimos anos. O conselho Estadual de Saúde da Bahia sugere ao Governo do Estado que inclua Secretarias e Conselhos no Comitê Intersetorial de combate a ameaças em escolas na Bahia, para que essas ações sejam analisadas e planejadas por diversas vias.
“É preciso que haja um alinhamento do governo do estado com os conselhos e as diversas secretarias sendo elas: de Educação; Saúde; Promoção da Igualdade Racial; Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, entre outras. Para que sejam criadas alternativas de combate a violência analisando os diversos fatores que interferem nessas ocorrências”, afirma o presidente do CES-BA, Marcos Sampaio.
Para além disso, é interessante que o Comitê montado estabeleça orientações, crie protocolos e/ou realizE capacitações para que o corpo docente (quadro de funcionários composto pelos educadores de uma instituição de ensino), diretores e funcionários das instituições de ensino, auxilia na prevenção e saiba como lidar em situações de violência, ameaças, que possam acontecer na comunidade escolar.
Nesta sexta-feira (14), o governador em exercício Geraldo Júnior reuniu secretários de Estado e dirigentes de órgãos estaduais para discutir ações de combate e prevenção a ataques e ameaças em escolas públicas e privadas na Bahia. Entre as ações que serão implementadas pelo Governo do Estado estão a criação de um Centro de Controle e Comando, de um Comitê Intersetorial de Segurança nas Escolas e a distribuição de uma cartilha com orientações aos trabalhadores da Educação e da Segurança.
Crescimento da violência
De acordo com um levantamento global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil está entre os índices mais altos do mundo no ranking das agressões e têm se mantido estável nos últimos anos. O estudo aponta situações de intimidação, abuso verbal, ambiente propício ao bullying, agressividade.
Os inúmeros casos de violência nas escolas, principalmente nos últimos meses, são um reflexo do que já está sendo observado também na sociedade. Nos últimos anos, o avanço das tecnologias e o fácil acesso das crianças e adolescentes aos meios eletrônicos tem tornando-os cada vez mais conectados virtualmente às redes, inclusive àquelas que incentivam as ações violentas.
Além disso, a pandemia foi um fator determinante para a potencialização desses atos violentos. O isolamento social, ao mesmo tempo em que reduziu a sociabilidade afetiva, ampliou conexões virtuais e intensificou a exposição de muitas crianças e adolescentes à violência doméstica. Consequentemente, o retorno das aulas pós-pandemia foi marcado por indisciplina, crises de pânico e ansiedade, brigas e o uso de armas.
“Além dos fatores externos e particulares de cada indivíduo, e da retomada das atividades pós-pandemia, os discursos de ódio e a disseminação das fake news também contribuem para o quadro atual de crescimento da violência nas escolas”, afirma Marcos Sampaio.
Diante de tantos questionamentos de como reduzir e/ou acabar com este cenário, é necessário que seja feita uma análise de maneira multifatorial. Não será apenas garantindo segurança pública ou privada que os casos chegarão ao fim. Tratar do assunto de forma ampla e envolvendo principalmente a atenção à saúde é um ponto estruturante.
A inserção do serviço de Psicologia Escolar, que já é prevista em lei, é uma das estratégias que precisa ser aplicada, além do suporte de assistentes sociais.
“Ter psicólogos e assistentes sociais nas escolas não vai acabar com a violência, mas é uma forma de reduzi-la e dar espaço para o estímulo da cultura da paz e fortalecimento de novos comportamentos e mudança daqueles de caráter agressivo”, afirma Marcos.
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Hillary Fonseca
ASCOM CES-BA
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