Os dados estatísticos apresentados nos últimos censos pelo IBGE, revelam uma desigualdade social acompanhado de um racismo estrutural, construídos há séculos em nossa sociedade e sendo reforçado com os péssimos indicadores educacionais e sociais atualizados.
O Brasil em retrato em preto e branco, com seus indicadores reverberam em causa e efeito em todos os setores confirmando como desfechos na saúde da população, especialmente a população preta. A distribuição racial da riqueza é incontestável, em 2014, nos 10% mais pobres, 76% eram pretos ou pardos e 22,8% brancos. Já no outro extremo da distribuição, quer dizer, no 1% com maiores rendimentos da população em 2014, 17,8% eram pretos ou pardos, contra 79% de brancos
Mesmo com os esforços firmados em 2017 com a A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e MS Ministério de Saúde no combate às desigualdades no Sistema Único de Saúde (SUS) e na promoção da saúde da população negra de forma integral, considerando que as iniquidades em saúde são resultados de injustos processos socioeconômicos e culturais, ainda não encontramos resultados substanciais para mudar a triste estatística do racismo que corroboram com a morbimortalidade das populações negras brasileiras.
Para que o leitor possa comprovar os dados de algumas prevalências patologias além da anemia falciforme, diabetes millitus( tipo2), hipertensão arterial. A OPS Organização Pan-americana, relata a gravidade da saúde bucal da população negra. “Os resultados evidenciaram iniquidades raciais em saúde bucal no Brasil em todos os indicadores analisados (cárie, perda dentária, dor e necessidade de prótese), com maior vulnerabilidade da população negra (pretos e pardos) em relação aos brancos. Fatores contextuais relacionados ao perfil de desenvolvimento humano, à distribuição de renda e ao acesso a políticas de cuidado em saúde parecem ter papel essencial na caracterização da vulnerabilidade de grupos populacionais a agravos em saúde bucal.(AU)”
https://iris.paho.org/handle/10665.2/9364
A saúde mental da população negra, nem se fala, convido o internauta a visitar os CAPS Centro de atendimento Psicossocial de sua cidade e verifique com seus próprios olhos. Os CAPS têm proporcionalmente mais negros em tratamento do que a população em geral.
Uma sociedade que tem um histórico marcado com as fores e traumas do período colonial e escravocrata, com uma educação na estruturação de manutenção do poder, tendo como fim o poder e o dinheiro como peça mestra do xadrez do desenvolvimento, os negros e pobres se confundem na base social como demonstram os dados e diversas pesquisas e artigos científicos. As sequelas desse modelo de desenvolvimento reverberam geração, em geração sobre as costas da mesma hereditariedade.
Racismo estrutural, uma realidade que precisamos reconhecer, para resolvermos em equidades em diversos setores sociais. A educação de qualidade integral para todos deve corroborar para esse fim.
Ezequiel Oliveira, 20 de novembro de 2020
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