O planeta grita em cada rio poluído
Grita quando os oceanos em suas marés levam o lixão além da costa
Grita quando os animais são sacrificados em abates ao prazer
Grita quando o desmatamento não é reflorestamento;
Minha irmã terra
Minha irmã água, tão sofrida, frigida por tantos poluentes
Bebedouros e nascentes descrentes na sua essência, seu condor
Minha irmã floresta, emudece na serra algoz do meu irmão predador
Meu irmão rio, desce, corre, doce, em pororoca verdejante lavando o mercúrio dos garimpos
E os meus irmãos ribeirinhos?
Meu irmão vitimado da violência urbana, abandonado do campo, tão sozinhos
Neste mudarel de selva de pedras e redes sociais afogadas isoladas;
Meu irmão sol, sustenta a vida, insiste na recriação de cada predador
Transforma, edita, reedita em cada orvalho ao nascer e pôr do sol
Minha irmã chuva vem em gotas e acelera a limpeza em tufão, quem sabe, saboa os nossos irmãos de almas sujas
Meus irmãos livres de voos, encanto de orquestra, uma sinfonia sem igual, a paz encontrada, interior
Ainda bem meus irmãos pássaros, canta em liberdade
E meus irmãos enjaulados pelo egocentrismo de uma nota única do meu irmão espectador do quintal absoluto;
Minha irmã natureza, em sua beleza xamânica, ensina, manifesta e faz presente no presente
Minha irmã e mãe GAIA, sua vontade triunfe em interações com todos irmãos em demonstração de uma irmandade universal
Viva a cada pulsar da vida, VIVA.
Ezequiel Oliveira
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