O anúncio do fechamento do Hospital de Custódia de Salvador, que abriga pessoas com doenças mentais que cometeram crimes, foi motivo de intensas críticas nas redes sociais.
Porém, o Movimento da Luta Antimanicomial, que acabou com o internamento de pessoas com transtornos, que passaram a ser tratadas em ambulatórios, teve seu início em 1987, em continuidade a ações de luta política na área da saúde pública no Brasil. Naquele ano a discussão sobre a possibilidade de uma intervenção social para o problema da saúde mental, especificamente, por conta dos absurdos que aconteciam nos manicômios ganhou relevância, permitindo o surgimento específico deste movimento.
Desde então a participação paritária de usuários de serviços e seus familiares se tornou característica deste movimento. Em 1987 estabeleceu-se o lema do movimento: “Por uma sociedade sem manicômios”, e o 18 de maio foi definido como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data comemorada desde então em todo o país.
Apesar de ser considerado vitorioso, o processo na prática é motivo de polêmica, principalmente entre os familiares dos doentes. Afinal, sem internações públicas, é preciso recorrer a instituições privadas, cujos preços estão acima da posse da grande maioria dos brasileiros, sem falar que a maioria das famílias não têm condições técnicas nem financeiras para cuidar dos doentes mentais. Afinal, em Salvador, nas instituições de saúde mental, as diárias ficam em torno de R$ 300 e as mensalidades R$ 10 mil.
A luta antimanicomial será o tema do Saúde no Ar desta sexta-feira (22) na mesa-redonda “Saúde em foco”, mediada pela coordenadora Patrícia Tosta, com a participação de Liliane Mascarenhas, diretora de Gestão de Cuidados da Sesab, Carla Bachman, representante da área técnica de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, e Conceição Sodré, coordenadora de Assistência à Saúde da Secretaria de Estado da Administração e da Previdência.
O programa vai ao ar a partir das 8h na Rádio Excelsior da Bahia (AM 840), podendo ser sintonizado também na nossa Rádio Web, no site www.portalsaudenoar.com.br. Os interessados podem fazer perguntas através do telefone 3328.7666 ou do WhatsApp 9681.3998.