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35 mil bebês não fizeram teste do pezinho em 2016, na Bahia

 Dados da Secretaria de Saúde da Bahia  (Sesab) apontam que 35 mil bebês ficaram sem o exame do pezinho em 2016. Lembrando que o teste precoce pode ajudar a identificar sete doenças. A família deve levar o recém-nascido a uma unidade de saúde entre o 3° e o 5° dia de vida.

Talvez você já tenha se perguntado do motivo pelo qual o teste do pezinho é feito no pé do bebê. Essa escolha foi feita por ser uma região bastante irrigada do corpo, o que facilita o acesso ao sangue para a coleta da amostra. Em todo o mundo, a coleta do exame é realizada pela punção no calcanhar e por isso, aqui no Brasil, é popularmente chamado de Teste do Pezinho.

Apesar de muitos bebês chorarem durante o exame, a picadinha no calcanhar é muito importante para dar as melhores condições de desenvolvimento para as crianças brasileiras. Esse não é um exame que traz riscos ao bebê. Muito pelo contrário, é rápido, pouco invasivo e até bem menos incômodo do que a coleta com seringa em uma veia no bracinho.

A primeira pesquisa utilizando esta metodologia aconteceu em 1961, nos Estados Unidos. Em 1964, graças ao teste, 400 mil crianças já tinham sido testadas para a doença chamada fenilcetonúria, em 29 estados americanos. Essa metodologia de detecção foi sendo substituída e melhorada com o passar dos anos por outras mais precisas e simples, e várias outras doenças puderam ser incluídas nos programas de triagem neonatal.

Desde a década de 60, logo após a comprovação da eficiência do exame, a Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou os países que adotassem a triagem neonatal nos programas de assistência à população. Quando um programa de triagem já está implantado num país, não existe custo elevado para a inclusão de outros testes ao protocolo, considerando a importância preventiva dos resultados.

BRASIL É PIONEIRO

O teste do Pezinho surgiu, em 1976. A iniciativa partiu de um pediatra paulista, o professor Benjamin Schmidt. Ele criou um projeto na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (APAE-SP) para diagnosticar a fenilcetonúria. Dez anos mais tarde, em 1986, a mesma instituição incluiu o diagnóstico do hipotireoidismo congênito no teste.

A década de 1980 é um importante marco para a proteção das crianças com o exame, já que foram publicadas as primeiras leis de amparo à realização de testes de triagem neonatal em alguns estados brasileiros, como São Paulo (Lei Estadual 3.914/1983) e Paraná (Lei Estadual 867/1987).

DOENÇAS DIAGNÓSTICADAS

Porém, foi em 1990, com a publicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (Lei Federal 8.069, de 13 de julho de 1990), que ficou definido a obrigatoriedade do acesso das crianças ao exame. “Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes públicos e particulares são obrigados a proceder a exames visando o diagnóstico e a terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientações aos pais”, diz a Lei. O Estatuto foi responsável por trazer não só, até então, a alguns estados o exame, mas formalizar para todos os nascidos no Brasil, em todos os municípios, a possibilidade de fazer o Teste do Pezinho.

Já em 2001, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Triagem Neonatal – PNTN (Portaria GM/MS nº 822, de 06 de junho de 2001), com o objetivo acolher a todos os recém-nascidos já que não só o teste precisava ser feito, mas com o resultado do exame, esses bebês necessitavam de atendimento.

A partir de então, todos os estados passaram a ser habilitados no Programa, que envolve desde a detecção precoce das doenças a ampliação da cobertura populacional, além da busca ativa de pacientes suspeitos de serem portadores das doenças previstas no teste. Isso significa que as famílias não só serão comunicadas do resultado, mas poderão ser convocadas para uma nova coleta para confirmar qualquer doença.

O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda garante o atendimento com médicos especialistas (atenção especializada) a todos os pacientes triados. Para as seis doenças detectadas no programa, há tratamento adequado, gratuito e acompanhamento por toda a vida nos 31 serviços de referência em triagem neonatal do país, presentes em todos os estados brasileiros. O Teste do Pezinho está disponível no Brasil todo, com 21.446 pontos de coleta, distribuídos na rede de Atenção Básica, Hospitais e Maternidades.

Atualmente, as doenças contempladas no Programa Nacional de Triagem Neonatal são fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, deficiência de biotinidase e hiperplasia adrenal congênita.

Redação Saúde no Ar

Fonte: APAE

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