Com sintomas equiparáveis aos da dependência química, estima-se que cerca de 2 milhões de brasileiros convivam com o problema que inclui apostas online e jogos tradicionais
A dependência de jogos e apostas, conhecida como ludopatia, é um transtorno reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e está associada a impactos profundos na saúde mental, vida social e financeira das pessoas afetadas. No Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas sofram com esse vício, que inclui tanto apostas online quanto jogos tradicionais.
Esse crescimento também demonstra o alto número de pessoas endividadas que solicitaram empréstimos. Segundo dados levantados pela Betnacional, só em 2023, o mercado movimentou bilhões de reais, e a tendência é que este valor tenha aumentado em 2024, com mais pessoas apostando. Lembrando que isso não impacta apenas o apostador, mas também as famílias que precisam conviver com o transtorno, causando tensões, estresse e dificuldades de relacionamento.
A psicóloga Patrícia Proença é especialista em dependência química e, desde 1997, tem se dedicado a entender e tratar pacientes com o problema. “As características de pessoas compulsivas em jogos incluem mentiras, tentativas frustradas de parar, e uso do jogo como forma de alívio emocional. Isso sem falar que, muitas vezes, os dependentes minimizam o problema, pois acreditam que estão no controle da situação”, conta.
Para quem estiver convivendo com a situação e quiser ajudar, a psicóloga elenca algumas alternativas:
Grupos de Apoio: Como os Jogadores Anônimos, semelhantes aos Alcoólicos Anônimos, oferecem suporte gratuito;
Família: falar sobre o problema sem julgamento ou acusações, mostrando preocupação genuína e criando um ambiente em que o dependente se sinta seguro para compartilhar seus sentimentos e desafios;
Acompanhamento Médico: Ambulatórios especializados, como o do Hospital das Clínicas de São Paulo, oferecem tratamento psicológico e psiquiátrico;
Empresas: São incentivadas a realizar campanhas de conscientização, palestras e criar ambientes que promovam a saúde mental e previnam esses transtornos. Quando o assunto impacta o ambiente profissional, na maioria das vezes, os colaboradores apresentam queda de produtividade, erros no trabalho e até desvios de recursos.
Segundo Fatima Macedo, psicóloga e CEO da Mental Clean, pioneira no Brasil em psicologia aplicada à saúde do trabalhador, os transtornos causados por vícios e compulsões em jogos causam uma série de repercussões negativas nas pessoas. “O que acontece fisiologicamente é muito semelhante à questão da dependência química, o que muda é só o objeto, pois ambos afetam o funcionamento cerebral de maneira comparável”, destaca.
A especialista ressalta que alguns sintomas como: endividamento excessivo e uso de recursos essenciais para apostar; mudança de hábitos, isolamento social, queda de desempenho profissional e persistência, na prática, mesmo diante de prejuízos evidentes, servem como fortes sinais de alerta e é preciso parar e busca ajuda.
Sobre a Mental Clean
Fundada em 2004, a Mental Clean é pioneira na aplicação da psicologia à saúde ocupacional no Brasil. A empresa oferece programas abrangentes de bem-estar, apoio à saúde mental e combate à violência no trabalho, contando com uma rede de mais de 1.600 profissionais de saúde credenciados em todo o país. Com mais de 200 mil atendimentos realizados e mais de 760 mil pessoas impactadas, a Mental Clean atende empresas públicas e privadas em iniciativas de prevenção e promoção da saúde mental.
Com um trabalho pioneiro e humanizado, a Mental Clean transforma a maneira como empresas apoiam colaboradores em momentos de crise emocional, fortalecendo tanto os profissionais quanto a cultura organizacional.