Este é o resumo do artigo que tem por objetivo demonstrar que o Brasil precisa superar sua grande dependência econômica e tecnológica em relação ao exterior seja nos setores industrial, de comércio, de serviços e financeiro para promover seu desenvolvimento econômico e social. O Brasil é enormemente dependente do capital estrangeiro que tem grande participação na economia brasileira, seja nos setores industrial, de comércio, de serviços e financeiro. Sem o setor financeiro, considerando apenas os setores de comércio, indústria e serviços, a participação dos grupos transnacionais na economia brasileira é de 36%.
Os bancos estrangeiros respondem por 14% dos ativos totais e 31% do saldo das operações de crédito do setor financeiro do País. As empresas transnacionais estão em segmentos econômicos dinâmicos e de mais elevado padrão tecnológico e são as maiores investidoras privadas em programas de ciência e tecnologia, dos quais surgem as inovações que reduzem seus custos, criam novos produtos, geram lucros extraordinários e permitem sua acelerada expansão em nível mundial. O Brasil jamais se tornará um país independente sem levar ao fim a dependência econômica e tecnológica em relação ao exterior.
No entanto, ela não pode ocorrer de forma abrupta porque levaria ao colapso de sua estrutura econômica. Trata-se de um impasse de proporções gigantescas. Diante deste fato, a independência do País em relação ao exterior deve ocorrer de forma gradual, planejada e sustentável ao longo do tempo com a adoção de políticas de fortalecimento dos centros de pesquisas científicas e tecnológicas, das universidades públicas e privadas e da indústria nacional para promover a substituição de importações de produtos e insumos importados para assegurar a autossuficiência nacional, e, consequentemente, o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
O Brasil, que comemora 200 anos de sua independência em relação ao colonizador português, só conquistará sua verdadeira independência como nação em relação ao exterior quando superar sua dependência econômica e tecnológica.
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Por: Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor de 15 livros abordando temas como globalização, desenvolvimento econômico e social no Brasil e no mundo, aquecimento global e mudança climática, energia no mundo e no Brasil, as grandes revoluções científicas, econômicas e sociais, ciência e tecnologia e cosmologia.
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