Os seres humanos possuem uma habilidade notável para reconhecer e diferenciar rostos, identificando sutis variações como queixo quadrado, sobrancelhas arqueadas ou maçãs do rosto salientes. Essa capacidade não apenas facilita conexões sociais e emocionais, mas também inspira artistas e fundamenta tecnologias de reconhecimento facial. Contudo, a biologia subjacente que define nossas características faciais ainda não é completamente compreendida.
O Dr. Seth Weinberg, especialista em genética da face e cabeça na Universidade de Pittsburgh, destaca: “Há muita informação em um rosto. É assim que nos conectamos uns com os outros, entendemos emoções e interpretamos sinais sociais.”
Pesquisas financiadas pelo NIH têm avançado na compreensão de como a cabeça e o rosto se desenvolvem. Até o momento, mais de 300 regiões do DNA foram associadas a características faciais específicas, como altura do nariz, largura dos olhos e formato do queixo. Em um estudo, Weinberg e sua equipe analisaram imagens da cabeça de mais de 6.000 crianças, identificando novos conjuntos de genes que influenciam a forma do crânio humano. Essas descobertas podem esclarecer desordens genéticas que afetam o crânio, a biologia da formação do rosto e da cabeça.
No entanto, os genes não contam toda a história. Mesmo gêmeos idênticos, que compartilham o mesmo material genético, podem apresentar diferenças faciais. Fatores como idade, dieta, ambiente e exposição a substâncias químicas também desempenham papéis significativos na formação do rosto, tanto antes quanto depois do nascimento.
Desordens craniofaciais, como lábio leporino e fenda palatina, geralmente se originam antes do nascimento, quando ossos, nervos e tecidos da face e cabeça não se formam adequadamente. Essas condições podem dificultar funções básicas como comer, ouvir, falar, ver e respirar, além de impactar o desenvolvimento cerebral. Compreender os mecanismos biológicos por trás dessas desordens é crucial para desenvolver tratamentos eficazes.
A Dra. Janice Lee, especialista em cirurgia de face, cabeça, pescoço e mandíbula do NIH, explica que o lábio leporino e a fenda palatina são os distúrbios craniofaciais mais comuns. “Em vez de um lábio contínuo, há uma fenda ou um defeito que se estende até o nariz, dividindo o lábio em dois segmentos”, descreve Lee. Com técnicas de imagem 3D, é possível diagnosticar essas condições ainda no útero e planejar intervenções cirúrgicas precoces.
Embora as cirurgias para corrigir desordens craniofaciais sejam complexas, avanços estão sendo feitos para melhorar os resultados estéticos e funcionais. Além disso, programas de computador e ferramentas de inteligência artificial estão sendo desenvolvidos para auxiliar no planejamento cirúrgico, visando proporcionar uma vida saudável e plena para os pacientes afetados.
Fonte: Escritório de Comunicações e Relações Públicas do NIH
Ilustração: Alan Defibaugh