O rei Salomão dizia que a alegria é um bom remédio, mas que o espírito abatido faz secar os ossos. Recentemente, pesquisadores que acompanharam mais de 1.000 pacientes com doenças coronárias ao longo de cinco anos, chegaram à uma conclusão que muita gente já sabia na prática: a de que pessoas com doenças cardíacas podem – como quaisquer outras- se beneficiar da manutenção de emoções positivas.
A professora Nancy Sin, da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA), disse que é bem conhecido o fato de que as emoções negativas e a depressão têm efeitos nocivos para a saúde, mas é menos clara a forma como as emoções positivas podem ter efeitos protetores da saúde.
Ocorre que os pacientes que relataram estados psicológicos mais positivos mostraram-se mais propensos a ser fisicamente ativos, dormir melhor, não esquecer de tomar seus medicamentos para o coração e serem menos propensos a fumar – tudo em comparação com os pacientes com níveis mais baixos de emoções positivas, segundo o estudo.
“Nós descobrimos que as emoções positivas estão associadas com uma variedade de hábitos de saúde a longo prazo, que são importantes para reduzir o risco de problemas cardíacos futuros e morte,” completou.
Emoções positivas e saúde
Segundo os pesquisadores, há uma série de razões pelas quais as emoções positivas estão ligadas a bons hábitos de saúde, pois as pessoas com maior bem-estar podem ser mais motivadas e persistentes em se engajar em comportamentos saudáveis. Elas podem ter mais confiança nas suas capacidades para manter rotinas saudáveis, como fazer exercícios físicos e reservar o tempo adequado para o sono.
As emoções positivas podem também permitir que as pessoas ajustem melhor as suas metas de saúde e lidem proativamente com o estresse e com fracassos.
E estas são informações que podem ser utilizadas pelos cuidadores e profissionais de saúde: “Esforços para manter ou aumentar as emoções positivas podem ser promissores para a promoção de melhores comportamentos de saúde,” disseram os pesquisadores. Um dos exemplos é o de que um medicamento indicado para uma pessoa nem sempre pode ser eficaz para outra que sofra da mesma doença.
A farmacogenética (ou farmacogenômica) pode identificar fatores genéticos que expliquem a variabilidade individual na resposta aos medicamentos. A maior parte da resposta aos medicamentos é poligênica. Para alguns medicamentos, porém, há uma situação monogênica – variação genética pode consistir em um único gene. O que tem efeito positivo em um paciente pode desencadear reações indesejáveis em outro.
“O que temos hoje é uma discussão em torno de pares: um gene, um medicamento,” explica Guilherme Suarez-Kurtz, chefe do Programa de Farmacologia do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
*Redação Portal Saúde no Ar