Vacinas não causam AIDS – A live de Bolsonaro causa reação de especialistas e políticos

Repetindo fake news em sua live na última quinta- feira, (21/10), o presidente Jair Bolsonaro afirmou:

“Os totalmente imunizados estão desenvolvendo Aids” A afirmação foi desmentida por cientistas do mundo inteiro.

“Relatórios do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados (…) estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido que o previsto”, afirmou o presidente em uma live para seus apoiadores.

O Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido desmentiu os boatos de que relatórios mostrariam que pessoas totalmente vacinadas contra a Covid-19 desenvolveram Aids. Documentos citados nas mensagens falsas não associam a doença à vacinação em nenhum momento e, segundo a agência de checagem Aos Fatos, uma coluna foi inserida em uma imagem para distorcer os dados originais sobre a eficácia das vacinas.

O vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) é o único causador da aids. A infecção ocorre exclusivamente por: relação sexual desprotegida com portador (a) ou contato com sangue contaminado (drogas injetáveis, etc).

O médico e pesquisador de saúde Daniel Dourado também usou a plataforma para informar as pessoas da maneira correta. “Não existe nenhuma possibilidade de a vacina causar aids, zero. Qualquer que seja a vacina. É isso que precisa ser divulgado de forma clara e direta”, disse.

Bolsonaro mais uma vez usou documento falso para atacar as vacinas e associá-las a aids. Lamentável que essa seja a prioridade do presidente de um país com mais de 600 mil mortos, 20 milhões de famintos e 14 milhões de desempregados. Mais um crime na ficha de Bolsonaro”, disse o líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ).

O Deputado federal e coordenador da frente de enfrentamento ao HIV/Aids/ hepatites virais do Congresso, Alexandre Padilha, afirmou: “Bolsonaro dispara mais uma fakenews associando vacina a AIDS. Como coordenador da Frente de Enfrentamento ao HIV/AIDS/hepatite virais no Congresso, entrarei com todos as medidas jurídicas contra o presidente e sua fala negacionista.”

“Nojento! Acusado de cometer crimes contra humanidade, Bolsonaro segue com seu projeto de morte, espalhando a absurda fake news de que quem está tomando as 2 doses da vacina está adquirindo HIV/AIDS.”
Deputada Manuela D’Ávila.

Para Carlos Lula, presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, e Secretário da Saúde do Maranhão, a declaração de Bolsonaro “foi absurda, trágica, falsa, mentirosa e grotesca.”

“Mais do que isso, ela impõe um ônus aos portadores de HIV. Mais um capítulo lamentável dessa sucessão de absurdos do presidente durante o enfrentamento da pandemia”, completa Lula.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Jamal Suleiman, infectologista do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, afirou> “Ao dizer isso, o presidente coloca em xeque o PNI [Programa Nacional de Imunização].”

O Facebook retirou o vídeo da live e o Youtube suspendeu a conta do presidente por uma semana.

Parlamentares do PSOL e do PDT entraram com uma queixa de notícia crime contra o presidente Bolsonaro. O relator da ação será o ministro Luís Barroso

JR

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