A Bahiafarma (Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos) produzidos está projetando um faturamento de R$ 80 milhões em 12 meses somente com a venda dos dois medicamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS): cabergolina, usado para tratar distúrbios hormonais, como o hiperpituitarismo (que faz as pessoas crescerem acima do normal), e o cloridrato de sevelâmer, prescrito para pacientes que fazem hemodiálise, como renais crônicos.
As estimativas são de que o SUS vai economizar R$ 33 milhões por ano com a aquisição dos dois itens na Bahiafarma pela metade do preço, em vez de importá-los ou adquiri-los em laboratórios privados. Isto corresponde a aproximadamente 50% das aquisições efetuadas pelo Ministério da Saúde em todo o país com estes fármacos.
O objetivo da Secretaria da Saúde (Sesab) é transformar a Bahia num polo farmacêutico nos próximos anos, produzindo remédios através de Parcerias para Desenvolvimento de Produtos (PDP) entre a Bahiafarma e laboratórios privados. A primeira PDP foi firmada com o Laboratório Cristália. O secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas informou que a Sesab está negociando outras PDPs, segmentando as parcerias em três áreas, fármacos, próteses e diagnósticos.
Parcerias firmadas
“Já existem cerca de 800 PDPs de vários produtos no país, firmados por laboratórios e centros como FarMaguinhos, BioManguinhos e Butantan. A Bahia com a Bahiafarma vai se associar com várias empresas. Tem PDPs em fase de implantação com a Novartis, com a Pfizer, com a Biolab, OrigenLife. Estamos captando na Europa uma PDP para produzir próteses metálicas de quadril, válvulas de coração”, contouo secretário.
Pela parceria, os medicamentos são fabricados na Bahiafarma de Simões Filho (com a tecnologia do laboratório), que se obriga a adquirir toda a produção a um preço 50% menor que o do mercado.
“O laboratório privado é obrigado a transferir tecnologia para a fabricação do produto. Durante cinco anos o laboratório ganha exclusividade de venda para o estado. Depois de cinco anos, a Bahiafarma fica produzindo sozinha, pagando royalties ao laboratório”, disse o secretário. Ele tem planos de com as PDPs produzir para o Brasil e exportar para a América Latina, até o final do primeiro semestre de 2016, pelo menos oito dos 34 remédios da Farmácia Popular. A empresa tinha sido fechada em 1996 e foi reaberta em 2011.
Recentemente, a Sesab nomeou para dirigir a Bahiafarma o farmacêutico Ronaldo Dias, mestre de tecnologia em imunobiológicos, que trabalhava na iniciativa privada. Ele afirma que “uma das tarefas é estruturar uma unidade comercial com atuação agressiva e implantar uma gestão de produção eficiente de modo a sermos competitivos no mercado”.
Informou que a ampliação da produção passa pela demanda de remédios do Ministério da Saúde, pois o convênio prevê a aplicação de recursos federais na fábrica da Bahiafarma para esse objetivo. “Vamos produzir também para outros clientes. Recebi a visita do embaixador da Venezuela interessado em adquirir produtos da Bahiafarma”.
Fonte:Sesab