CFM diz a Bolsonaro que não recomenda hidroxicloroquina, mas libera o uso em três condições

Após uma reunião nesta quinta- feira (23/04)  com representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM) e o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, o presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, afirmou: “O Conselho Federal de Medicina não recomenda o uso da hidroxicloroquina para pacientes de covid 19. O que estamos fazendo é dando ao médico brasileiro o direito de, junto com seu paciente, em decisão compartilhada com seu paciente, utilizar essa droga. Uma autorização. Não é recomendação”

O órgão  decidiu liberar os médicos para  receitarem o remédio em três casos específicos:

1- Quando o paciente está em estado crítico, internado em terapia intensiva, com lesão pulmonar estabelecida. A hidroxicloroquina pode ser usada pelos médicos “por compaixão”. Isso ocorre quando o paciente já está fora de possibilidade terapêutica e o médico, com autorização da família, utiliza a substância;

2- Quando o paciente, com sintomas da covid-19, chega ao hospital. Existe um momento de replicação viral em que a droga pode ser usada pelo médico com autorização do paciente e familiares;

3- Quando o paciente tem sintomas leves, parecidos com o da gripe comum. Nesse caso, o médico pode usar a hidroxicloroquina, descartando a possibilidade de que o paciente tenha: influenza A ou B, dengue, ou H1N1. Também nesse caso, a decisão deve ser compartilhada com o paciente.

Segundo Ribeiro, não há “nenhuma evidência científica forte” sobre a eficácia do uso da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19.

“O posicionamento é que não existe nenhuma evidência científica forte que sustente o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19. É uma droga amplamente utilizada para outras doenças, já há 70 anos, mas em relação ao tratamento da covid-19, não existe nenhum ensaio clínico, prospectivo, randomizado, feito por grupos de pesquisadores de respeito, com trabalhos publicados em revistas de ponta, que apontem qualquer tipo de benefício”, afirmou.

Ribeiro explicou que existem estudos observacionais sobre o medicamento, com “pouco valor científico”, mas considerados “importantes”. Por isso, o CFM liberou o uso nos casos específicos.

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