Há dez anos, apenas um em 20 pacientes tinham sobrevida de cinco anos após serem diagnosticados com melanoma em estágio avançado. Muitos morreriam em meses.
Com o surgimento de novas drogas que fortalecen o sistema imunológico, as novas descobertas permitem que os pacientes vivam pelo menos cinco anos, apontam testes clínicos. De acordo com os médicos, tal transformação é extraordinária e considerada rápida nos tratamentos contra a doença.
O quão difícill é tratar um melanoma?
O melanoma é o tipo mais grave de câncer de pele, mas menos frequente que outros tumores cutâneos.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, o melanoma representa apenas 3% dos tumores de pele. O Inca registrou 6.260 casos novos no Brasil em 2018.
No passado, o melanoma metastático era considerado intratável, explica o professor James Larkin, consultor na Royal Marsden NHS Foundation Trust.
“Oncologistas consideravam o melanoma diferente dos outros cânceres, não podia ser tratado depois que espalhava”, ele disse.
As pessoas tendiam a viver entre seis e nove meses depois de serem diagnosticadas.
Ele disse que agora a possibilidade é que “50% das pessoas com melanoma em estágio 4 estejam vivas após cinco anos com o tratamento por imunoterapia”, diz.
As descobertas foram apresentadas em uma reunião da Sociedade Europeia de Medicina Oncológica e publicadas no New England Journal of Medicine.