Segurança do paciente em Salvador

 

“O médico deve ter dois objetivos: fazer o bem e evitar fazer o mal”. A afirmação de Hipócrates, o pai da medicina, ainda é um grande desafio na atualidade para as instituições de atendimento à saúde que diariamente precisam garantir a segurança do paciente. O conceito envolve um conjunto de valores, atitudes, competências e comportamentos que livrem o paciente de qualquer situação adversa que comprometa a sua integridade física, mental e social.

Historicamente o termo indica a “ausência do dano acidental” ou o processo de redução a um mínimo aceitável, do risco de um dano desnecessário associado ao cuidado em saúde. Pensando nisso, foi criado o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). A criação de protocolos de higienização das mãos e fixação de regras para a cadeia de gestão de medicamentos são algumas ações concretas no sentido de garantir que o tema deixe de ser apenas um conceito, e se transforme em uma prática nas unidades de saúde.

Em sintonia com essa ideia e assumindo este compromisso, o Grupo Baiano de Segurança do Paciente e Qualidade do Cuidado realizou, entre os dias 22 a 24 de novembro, na sede do SENAI-CIMATEC, em Salvador, o 2º QUALISEG – Congresso Baiano de Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente. Entre palestras, workshops, minicursos e apresentação de trabalhos, o evento trouxe em sua segunda edição, uma abordagem mais abrangente sobre o tema, contando com a presença de grandes nomes da área e profissionais dos diversos segmentos da saúde.

A cerimônia de abertura, ministrada pela enfermeira, doutora em Medicina e Saúde e Especialista Internacional em Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente, Almerinda Luedy, apresentou o tema: Ressignificar conceitos e práticas para a sustentabilidade da qualidade do cuidado e segurança do paciente.

O segundo dia do evento contou, entre outros destaques, com a mesa de abertura sobre o tema: “Panorama nacional e estadual de segurança ao paciente”, com mediação da âncora e coordenadora do Programa Saúde no ar, Patricia Tosta. A manhã seguiu com visita à exposição dos trabalhos acadêmicos realizados por estudantes da área da saúde, além de outras mesas  temáticas como: Gestão de Risco: Experiências da Aviação e do Corpo de Bombeiros para a área da Saúde; Face a face, avaliados e avaliadores de processos de Acreditação; Garantindo Segurança Assistencial por meio da Educação Profissional; Segurança do Paciente: visão multidisciplinar; o entrelace entre Qualidade, Segurança e Medicina Baseada em Evidências e o que a Bahia tem? Iniciativas em qualidade e segurança do paciente entraram em questão.

O último dia do evento teve como destaque uma análise sobre as ações realizadas no processo de construção da cultura do cuidado. A provocação: “Estamos no caminho certo?” abriu caminho em  busca de estratégias para melhorar o desempenho da segurança do paciente. A mensagem final trazida na última mesa: “Mais amor, por favor”, fez um alerta para a mais desafiadora de todas as estratégias no sentido de se alcançar o melhor resultado na busca da excelência na qualidade do atendimento à saúde: a humanização e o amor nas relações entre profissionais e pacientes.

Não podemos perder de vista que estimativas internacionais dão conta de que em países desenvolvidos, uma em cada dez hospitalizações resultam em algum tipo de incidente, compreendido como evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou em dano desnecessário ao paciente. No Brasil, mais de 220 mil pessoas morrem por ano por falhas na assistência hospitalar. Segundo dados de mortalidade do DATASUS de 2013, mortes por eventos adversos evitáveis ficariam como segunda causa de morte no país, perdendo apenas para a somatória de doenças do aparelho circulatório. Dentre os eventos mais comuns estão infecções, úlceras por pressão, quedas, via ou dose errada de medicações, reações adversas graves aos medicamentos, quedas, erros de identificação, dentre outros.

Para mudar esses números é preciso dar prioridade para a segurança do paciente na assistência à saúde. O mais importante é que todos se comprometam com esse fim, substituindo a culpa e a punição pela oportunidade de aprender com as falhas. Que outras iniciativas, neste sentido, sejam somadas ao Qualiseg que em 2018 seguirá para a terceira edição.

Fonte: Site oficial

Foto: Divulgação

Redação: Saúde no ar

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