O Ministério da Saúde prepara novo guia e qualquer pessoa pode contribuir enviando dicas de receitas saudáveis. Questões como: amamento até que idade? Que alimentos posso oferecer pro bebê? Pode ou não pode açúcar? Essas e outras dúvidas rondam mães e pais sobre a alimentação dos filhos pequenos. É por isso que, desde 2002, o Ministério da Saúde disponibiliza o Guia Alimentar Para Crianças Menores de Dois Anos.
Os guias precisam ser constantemente revisados para seguir as mudanças de perfil da população, explica a analista de políticas sociais da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Gisele Bortolini. Nos últimos anos, passamos de um cenário de baixo peso e carências nutricionais para o consumo exagerado de alimentos ultraprocessados e excesso de peso.
“O perfil de alimentação das crianças mudou muito nos últimos anos, com destaque para a obesidade, introdução precoce de alimentos e consumo de alimentos ultraprocessados. São novos desafios que nós observamos na saúde da criança: o consumo de alimentos nutricionalmente desbalanceados, com muito sal, açúcar, gordura e não saudáveis”, alerta a analista.
Novo Guia – De acordo com dados do Ministério da Saúde, 16% das crianças menores de cinco anos acompanhadas pelo SUS apresentam excesso de peso. Já entre as crianças de 5 a 9 anos, uma a cada três também já está com excesso de peso. E o que elas comem nos primeiros dois anos de vida influenciam nos anos seguintes. Criança com obesidade tem mais chance de se tornar um adulto obeso.
Para a revisão do Guia Alimentar Para Crianças Menores de Dois Anos, o Ministério da Saúde conta com a ajuda de universidades, pesquisadores de diversos locais do país, instituições como a Sociedade Brasileira de Pediatria, Rede IBFAN Brasil e outros Ministérios, como os da Educação e de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Contudo, a sociedade tem papel fundamental e pode contribuir na prática.
Participação da Sociedade – Desde 23 de outubro até o dia 5 de dezembro deste ano, qualquer pessoa pode sugerir receitas para compor o novo Guia, até mais de uma se quiser. É claro, elas precisam ser saudáveis, feitas com ingredientes naturais. Elas serão selecionadas e depois testadas pelo comitê responsável pela reformulação do Guia Alimentar.
“A ideia é que elas sejam de fato algo que as crianças adoram. Estamos esperando receber receitas que não tenham açúcar e também que elas não utilizem alimentos ultraprocessados, com ingredientes que não conseguimos reconhecer. Elas precisam valorizar frutas, verduras e legumes das nossas regiões. Pode sugerir prato principal, pequena refeição, uma refeição só ou até uma completa”, esclarece Gisele Bertolini.
Prático e moderno – O que o Ministério da Saúde quer é um Guia com fácil leitura e que possa realmente contribuir no dia-a-dia da alimentação dos pequenos. Por isso, já foram feitas oficinas com mães e pais para que pudessem dizer o que queriam ter no documento. Um dos pedidos, por exemplo, foi que ele seja separado por faixa etária, levando em consideração as várias fases do bebê.
Além dos pais e responsáveis, a expectativa é que o Guia também possa ajudar os profissionais de saúde. A redação do novo Guia Alimentar Para Crianças Menores de Dois Anos já está em processo. A reformulação deve ser concluída em 2018. Quer indicar uma receita? O e-mail é receitaguiacrianca@gmail.com. Envie também suas informações básicas como nome, telefone e endereço.
Fonte: MS
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Redação Saúde no Ar