Diante das enchentes provocadas pelas fortes chuvas que caíram no estado de Pernambuco, nas últimas horas, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) alerta a população pernambucana para o consumo de água.
A preocupação das autoridades é com a possível contaminação e a possibilidade de transmissão das hepatites A e E, febre tifoide e cólera, além de diarreias agudas. Por isso, o governo orienta os moradores das áreas atingidas sobre cuidados que devem ser tomados.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, vai a Brasília nesta terça-feira (30) para percorrer gabinetes de ministros em busca de apoio federal para enfrentar os estragos provocados pela chuva nas regiões da Zona da Mata Sul e no Agreste do estado. A informação foi dada pelo secretário de Planejamento e Gestão, Márcio Steffani, depois de reunião do governador e do secretariado na noite de hoje (29), no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, sede do governo estadual.
As principais demandas do estado são a liberação de R$ 383 milhões para retomar as obras de quatro das cinco barragens que estavam prometidas desde a última grande cheia em Pernambuco, ocorrida 2010. Apenas uma foi concluída, a de Serro Azul, enquanto o restante está com as obras paradas desde 2014. A solicitação foi feita ao presidente Michel Temer durante sua visita ao estado ontem (28) à noite e deve ser reforçada em Brasília por Câmara.
O outro pedido é a liberação de empréstimo de R$ 600 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essa quantia havia sido solicitada recentemente à então presidente do banco, Maria Silvia Bastos, e aguarda um retorno. O governo estadual sinalizou à União que poderá utilizar parte do dinheiro para a construção das barragens.
“Pediram nota técnica, foi elaborada a nota técnica. Pedimos um tratamento similar ao de 2010 [quando houve uma grande cheia]. Em 2010, o estado de Pernambuco, em conjunto com o de Alagoas, foi ao BNDES e pediu um financiamento diferente do ordinário. Para situações excepcionais se pediu uma excepcionalidade. E naquela época o banco entendeu”, disse o secretário.
Estado de calamidade– Na noite desta segunda-feira também foi anunciado que Caruaru teve o decreto de calamidade assinado pelo governador. A publicação do documento deve ocorre amanhã (30). Contanto com a cidade do agreste, são 15 municípios em estado de calamidade pública.
Considerando as cidades com estragos menores, são 23 municípios atingidos, de acordo com a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), além de 45 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas.
O secretário de Planejamento informou que a preocupação do governo era, em um primeiro momento, com a segurança da população e a ajuda humanitária. A terceira etapa é a limpeza das cidades, iniciada hoje em vários municípios por conta própria. Além disso, um dos dois helicópteros solicitados ao Ministério da Defesa chegaram ao Recife nesta noite. O outro deve chegar amanhã, segundo o gestor.
Quanto ao hospital de campanha solicitado à Defesa para Rio Formoso, cidade que teve o hospital inutilizado na cheia, Steffani não deu prazo para a instalação da estrutura. Nesta tarde, o órgão federal informou à Agência Brasil, por e-mail, que o pedido ainda não havia sido feito oficialmente. O secretário estadual respondeu que o próprio presidente Michel Temer havia assegurado o apoio.
Novas chuvas– Há uma preocupação do governo estadual com uma nova previsão de chuvas fortes a partir de quinta-feira (1º), feita pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). “Estamos monitorando o leito dos rios, a situação das barreiras, o solo que está muito encharcado. Encaminhamos lonas aos municípios”, diz Steffani.
A situação do município de Barreiros, onde o nível da água ainda não baixou, também é preocupante. Na cidade de Sirinhaém há a informação de muitos deslizamentos de barreira ainda acontecendo.