Saúde para gays e bissexuais

O Ministério da Saúde lançou durante a 3ª Conferência de Políticas Públicas de Direitos Humanos de LGBT, em Brasília, a campanha “Cuidar bem da saúde de cada um. Faz bem para todos. Faz bem para o Brasil”, com foco na saúde integral, atendimento humanizado e respeito para os homens gays e bissexuais. O objetivo da campanha é informar e conscientizar toda a sociedade, bem como profissionais de saúde, trabalhadores  e gestores do SUS sobre garantias ao atendimento, sem descriminação, considerando as especificidades de saúde dessa população.

A campanha desenvolvida em parceria com o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, Juventude e dos Direitos Humanos contará ainda com uma cartilha contendo informações sobre a atenção integral à saúde desta população, voltada para trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo, recepcionistas e responsáveis por marcar consultas, atendentes, entre outros. A cartilha destaca o direito de todos à saúde com respeito e sem discriminação e aborda orientações aos profissionais no acolhimento a essa população.

A ministra das Mulheres, da Igualdade Racial, Juventude e dos Direitos Humanos, Nilma Gomes, reforçou que a campanha espelha a intersetorialidade possível entre as políticas públicas e é resultado do esforço conjunto do governo e sociedade civil. “A luta LGBT transcende a militância, é preciso contemplar e incluí-los nas práticas, ações e políticas públicas em todas as áreas”, enfatizou.

 

Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, os homens vivem 7,3 anos a menos que as mulheres. Eles também apresentam maior vulnerabilidade às doenças, sobretudo as crônicas, sendo as doenças do aparelho respiratório e do aparelho circulatório a segunda e terceira causas de internações entre os homens, ficando atrás apenas de lesões e outras causas externas, como acidentes de trânsito. A população masculina ainda acessa os serviços de saúde menos do que as mulheres, gerando impactos negativos em sua saúde. “A campanha busca também lembrar que a população de gays e bissexuais se insere nessas estatísticas de adoecimento e mortalidade masculina, reforçando que os cuidados de saúde estão além das questões de HIV/aids, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis”, completa.

Para qualificar os indicadores de saúde e melhor planejar as ações de prevenção e promoção da saúde dessa população, foi feita a inclusão dos campos orientação sexual e identidade de gênero na Ficha de Notificação de Violência no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do SUS. Nessa mesma ficha foi ainda incluído outro campo para preenchimento de violência motivada por homofobia/lesfobofia/transfobia para dar visibilidade à violência sofrida pela população LGBT.

Os homens gays e bissexuais estão inseridos entre os grupos considerados “populações-chave” para o controle da epidemia de HIV/Aids, no Brasil. Eles fazem parte do grupo de homens que fazem sexo com outros homens (HSH), que apresentam taxas de prevalência de HIV/Aids da ordem  de 10,5%; juntamente com as pessoas que usam drogas, com prevalência de 5,9%; e as profissionais do sexo, com prevalência de 4,9%.

Por isso, o Ministério da Saúde tem desenvolvido diversas estratégias que visam a prevenção de HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis, bem como  reduzir o diagnóstico tardio do HIV/Aids, ampliando a testagem e incentivando o tratamento precoce, em especial para as populações-chave. Entre essas ações destacam-se: testes rápidos (TR) para a detecção do HIV/Aids realizados nas unidades básicas de saúde (UBS), nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em locais diversificados para além dos serviços de saúde.

Além da distribuição gratuita de preservativos, outra medida de prevenção é a PEP sexual (profilaxia pós-exposição), que consiste no uso de medicamentos até 72 horas após a relação sexual, a distribuição gratuita do coquetel antiaids para todos que necessitam do tratamento e o Serviço de Assistência Especializada para tratamento e acompanhamento de pacientes com diagnóstico de HIV.

Ouça a entrevista com médico urologista e andrologista Francisco Costa Neto. 

 

Fonte: Ministério da Saúde

Redação Saúde no Ar*

João Neto

O jornalismo independente e imparcial com informações contextualizadas tem um lugar importante na construção de uma sociedade , saudável, próspera e sustentável. Ajude-nos na missão de difundir informações baseadas em evidências. Apoie e compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.