Resistência de bactérias a antibióticos

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a resistência de bactérias a antibióticos, como um problema de saúde pública a ser resolvido o mais urgentemente possível, e está à procura de um plano global para acabar com essa resistência, que ocorre quando as bactérias sofrem mutações que as tornam menos suscetíveis, ou imunes à ação dos medicamentos. A gravidade é que nesses casos, os pacientes poderão ficar sem tratamento até para as infecções hoje consideradas banais.

Saul Hymes, especialista em doenças infecciosas pediátricas do Hospital Infantil da Universidade Stony Brook, lembra que a resistência das bactérias é causada, muitas vezes, pelo uso desnecessário e excessivo dos antibióticos para vírus ou resfriados. Para ele, muitas doenças podem ser curadas em casa com remédios simples ou caseiros, sem que se precise apelar para os antibióticos. O médico dá algumas dicas para as mães e pais:

1. Informe-se melhor sobre infecções e antibióticos

Antibióticos curam infecções bacterianas, e não infecções virais, como resfriados ou gripe, a maioria das tosses e bronquite, gargantas doloridas ou nariz escorrendo.

Tomar antibióticos para infecções virais não vai curar a infecção, não vai evitar transmitir a infecção para outros e nem ajudá-lo a se sentir melhor.

2. Leia as bulas e letras miúdas

Os antibióticos também podem matar as bactérias saudáveis em nossos intestinos, permitindo que as bactérias mais prejudiciais se desenvolvam.

Além disso, quando um antibiótico é receitado para seu filho, certifique-se de dar-lhes todas as doses e parar quando o profissional de saúde disser para parar, não antes.

3. Faça o tratamento em casa primeiro

Os sintomas da maioria das infecções das vias respiratórias superiores, incluindo dores de garganta, infecções de ouvido, sinusite, resfriados e bronquite, podem ser aliviados sem antibióticos.

As principais recomendações são: muito repouso; beber líquidos em abundância, evitar fumar ou ser fumante passivo, evitar outros poluentes (substâncias químicas no ar ou irritantes) e eventualmente tomar paracetamol ou ibuprofeno para aliviar a dor ou febre. Uma dor de garganta pode ser aliviada com lascas de gelo, picolés, pastilhas (para crianças mais velhas), com gargarejo com água salgada ou bebendo bebidas quentes.

4. Medicamentos ao seu alcance

Muitos analgésicos que não exigem receita médica podem ajudar as crianças aliviando a dor, evitando assim a necessidade de antibióticos. Para os bebês de 6 meses de idade ou menos, utilize apenas paracetamol para alívio da dor. Para uma criança de 6 meses de idade ou mais, ou acetaminofeno ou ibuprofeno podem ser dados para o alívio da dor. Verifique com o seu médico ou farmacêutico a dosagem correta para a idade e tamanho do seu filho.

Não dê aspirina para uma criança, uma vez que o medicamento pode levar ao desenvolvimento da síndrome de Reye, uma doença rara mas grave que prejudica o fígado e o cérebro, alerta o Dr. Hymes.

5. Soluções simples para problemas simples

O seu filho tem um resfriado ou é alergia? Com a mudança de estações e flutuações de temperatura, é muito comum surgirem dores leves. Mas os antibióticos não são sempre necessários.

Uma compressa morna sobre o nariz e a testa pode ajudar a aliviar a pressão do sinus. Ou, para adultos ou crianças mais velhas, tentar um spray nasal descongestionante, soro fisiológico ou respirar no vapor de uma bacia de água quente ou chuveiro.

6. Não pressione seu médico

Não se sinta pressionado a dar antibióticos às crianças. Deixe o profissional de saúde conhecer as suas preocupações. Mas também não pressione seu médico para prescrever antibióticos – ele vai sentir se é necessário.

7. Não armazene remédios para a próxima vez

Nunca dê antibióticos para uma criança que foram receitados para outra, e nunca use antibióticos sem receita médica. Não armazene antibióticos extras “para a próxima vez”.

8. Vacinas e higiene

Garanta que suas crianças estejam em dia com a caderneta de vacinação, que podem evitar completamente muitas doenças bacterianas.

Na opinião de Dr. Hymes, “só se deve tomar antibióticos prescritos por um médico e no período receitado – não pare antes e nem perca doses. Lavar sempre as mãos e cobrir a boca ao tossir, receber as vacinas recomendadas, muitas das quais protegem contra bactéria potencialmente fatais. É também da maior importância discutir sobre o assunto com o médico do seu filho”, conclui. Com informações do Diário de Saúde.

Redação Portal Saúde no Ar

A.V.

 

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