A doação e o transplante de órgãos tornam-se complexos na medida em que envolvem aspectos éticos, religiosos, sociais e legais.
Aqui no Brasil, nos últimos anos, ocorreu um aumento significativo no número de transplantes de órgãos em quase todos os estados brasileiros, o que deixa o país entre os países que mais realizam transplante no mundo, com um índice de captação anual de órgãos de aproximadamente seis doadores por milhão de habitantes.
Porém, o índice de captação anual de órgãos ainda é insuficiente quando comparado ao de países mais desenvolvidos, que alcançam números superiores a 22 doadores por milhão. Este entrave se encontra fortemente vinculado à desinformação do meio médico e à população em geral, por motivos religiosos ou não, visto que muitos profissionais da área da saúde desconhecem a legislação vigente sobre doação e transplante de órgãos.
Problemas quando o doador já está morto
Com o surgimento de um potencial doador de órgãos, uma série de outros problemas, de ordem médica, jurídica, ética passam a constituir obstáculos para o paciente que pode ser beneficiado com o transplante.
Quando se trata de transplantes entre vivos as dificuldades são menores, porque a pessoa doadora tem condições de manifestar o seu consentimento e acompanhar todas as etapas do procedimento de remoção e transplante, embora mesmo nesse caso existam problemas éticos que precisam ser enfrentados.
Perguntas mais frequentes
As dificuldades e os questionamentos de ordem ética se avolumam quando se pretende realizar um transplante a partir de um doador cadáver, denominada remoção post mortem. As perguntas mais constantes sobre o assunto são:
- A partir de que momento é possível a remoção dos órgãos ? Como se constata a morte ? O médico que faz o diagnóstico da morte pode participar da remoção e do transplante ? A quem pertence o cadáver ? Quem pode autorizar a remoção dos seus órgãos ? Como se processa a obtenção dessa autorização ? Pode haver compra dos órgãos de pessoa viva ou falecida ? A gravidade da doença, a urgência, justifica a desrespeito ao critério da ordem cronológica, ou seja, a quebra da fila de transplante ? A remoção rotineira de órgãos de pessoas falecidas se justifica eticamente ?
O assunto é dos mais polêmicos e será tema da mesa-redonda desta sexta-feira (20.11) no programa Saúde no Ar com Dr. Marcos Luna, coordenador do Laboratório de Imunogenética e Transplante de Órgãos do Complexo Hospitalar Professor Edgard Santos, HUPES / UFBA e Eraldo Salustiano, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes.
O Saúde no Ar, apresentado por Patrícia Tosta, começa às 10 horas e é transmitido pela Rádio Excelsior (AM840) e pela nossa rádio web. Perguntas poderão ser feitas pelo telefone 3114.3307 ou pelo WhatsApp 8247.9246.
Portal Saúde no Ar
A.V.