Esta é especial para os atletas, sejam profissionais ou amadores: O British Journal of Sports Medicine publicou um estudo do University College of London que sugere que a falta de cuidado com a saúde bucal de atletas de equipes de futebol da Inglaterra e País de Gales está diretamente relacionada com o desempenho ruim em campo. Entre as equipes, está o Manchester United, que estava há três rodadas sem marcar antes de vencer o West Bromwich por 2X0, no último dia 7.
A pesquisa, divulgada no site Terra Comportamento, afirmou que um em cada cinco jogadores admite que a saúde bucal tem um impacto negativo em sua qualidade de vida e 7% admitiram que isso os prejudica na hora de treinar e jogar. Entre os problemas de gengiva, 77% têm gengivite e 80% têm periodontite irreversível, uma das maiores causas de perdas dentais. Quando o quesito é cárie, 40% dos analisados estavam com lesões no dia do exame, e mais da metade apresentou erosão dental.
Outro estudo publicado em 2011 com atletas do Barcelona, mostrou que quatro deles tinham uma média de duas cáries por jogador, situação parecida com a dos jogadores do Manchester. Outro exemplo disso é o de um famoso jogador famoso brasileiro, já aposentado, cujo nome não achamos necessário citar. Dizem que um dos primeiros clubes que o treinou quase o dispensou por baixo desempenho. Isso ocorria por problemas ortodônticos que o impediam de respirar corretamente, além de dois canais que também precisavam ser feitos.
Odontologia desportiva
Segundo Dagmar de Paula Queluz, coordenadora do curso de especialização em Odontologia do Trabalho e Desportiva, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (UNICAMP), o rendimento de um atleta pode diminuir até 21% por causa de problemas relacionados aos dentes.
“Dor e desconforto ao mastigar pode comprometer a ingestão de nutrientes necessários ao bom desempenho esportivo”, afirma o médico Jomar Souza, especialista em Medicina do Exercício e do Esporte, para quem o desconforto nos dentes pode afetar o cotidiano dos atletas.
De acordo com o estudo publicado pelo jornal britânico, uma das explicações para os problemas bucais dos atletas do seu país era o consumo excessivo de bebidas isotônicas que são extremamente ácidas e corroem o esmalte dos dentes.
Corroendo músculos
Este tipo de problema ocorreu em 2012 com um jogador do Ponte Preta. O time jogou 41 partidas desde que contratou um bom meia, mas o jogador participou de apenas 24 delas, conforme matéria publicado em site da Universidade Metodista de São Paulo. O motivo que deixava o atleta de fora das competições era uma lesão recorrente no músculo posterior da coxa. O problema, na verdade, na boca. Uma infecção no dente que não aparecia nas radiografias foi diagnosticada como a causa dos frequentes problemas do jogador.
O fisioterapeuta do Imap (Instituto Médico Avançado da Ponte Preta) suspeitou da frequência do problema na coxa e pediu que o dentista do instituto, Francisco Carlos Kiko Marques, fizesse uma avaliação. Marques fez testes para avaliar a sensibilidade do dente com o calor e o frio, já que pelos exames comuns nada aparecia. A suspeita foi confirmada quando o dente foi aberto e encontrada a infecção.
Para Francisco foi uma surpresa, pois o jogador tinha uma saúde bucal muito boa, sendo um atleta além da média.” Ele foi trocar uma simples restauração com um dentista particular antes de começar o Campeonato Paulista, acredito que o material que foi colocado ali não foi o adequado, aconteceu uma necrose e ele começou a apresentar esses problemas de lesão”, disse o dentista.
Acontece, segundo o dentista, que a bactéria presente no dente do jogador circula no organismo pela corrente sanguínea e se aloja em determinados grupos musculares. “Elas gostam de “se esconder” num grupo de fibras chamadas “fibras colágeno”, onde a lesão muscular geralmente acontece”, afirma. Se o problema não fosse descoberto, graças ao preparo do fisioterapeuta do Imap, o jogador teria lesões cada vez mais graves que chegariam a romper até centímetros do músculo.
Portal Saúde no Ar
A.V.
