“Pilula do câncer” será pesquisada

O ministro da Saúde, Marcelo Castro (foto), prometeu financiar e colocar laboratórios públicos à disposição dos pesquisadores para chegar o quanto antes a um parecer final sobre fosfoetanolamina e determinou a criação de um grupo de trabalho para analisar a eficácia e a segurança na cura de casos de câncer.

Sintetizada pela equipe de pesquisadores chefiada pelo professor Gilberto Chierice, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, em São Carlos, há cerca de 20 anos, a substância ficou conhecida como “pílula do câncer”, pela suposta capacidade de destruir tumores malignos.

Acontece que a substância não passou pelas etapas de pesquisa exigidas pela legislação, que prevê uma série de estudos antes de um medicamento ser usado por seres humanos.

Castro afirmou que os donos da patente concordaram em cumprir as exigências científicas para determinar a eficácia da droga, e vão participar do grupo composto por representantes do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para a realização dos estudos clínicos, os pesquisadores terão o apoio do Instituto Nacional do Câncer e da Fiocruz.

“Nós estamos torcendo para que essa substância tenha efetividade, e que seja segura, mas temos a preocupação de que esse tensionamento todo que foi criado e que está na sociedade, leve pessoas a abandonarem tratamentos comprovadamente eficientes para se aventurarem com uma droga que não cumpriu os protocolos científicos,” alertou o ministro.

Em matéria da Agência Brasil, o ministro explicou que as exigências do Brasil para a liberação de medicamentos estão de acordo com os protocolos definidos pela Organização Mundial de Saúde, praticados no mundo inteiro e que esse método inclui testes em células e em cobaias, antes de ensaios clínicos em humanos.

Por algum tempo, cápsulas de fosfoetanolamina sintética foram fornecidas de graça em São Carlos, mas a USP  proibiu a produção e distribuição  porque o medicamento não é registrado na Anvisa. Desde então, pacientes que tinham conhecimento dos estudos têm entrado na Justiça para obter a substância.

Portal Saúde no Ar

A.V.

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