Todos os procedimentos cirúrgicos de retina serão cancelados por falta de material, anunciou a chefia do setor de retina da Escola Paulista de Medicina da Unifesp – Universidade Federal de São Paulo – nesta terça-feira (27/10). As informações são do Estadão Conteúdo.
De acordo com o oftalmologista e chefe do setor de retina, André Maia, o problema está sendo causado pela falta de kits com materiais descartáveis para a realização do procedimento, que custa cerca de R$ 1.800 cada.
O especialista enfatiza que a Escola de Medicina tem uma estrutura para realizar 400 cirurgias por mês, entretanto, são realizadas entre 250 a 270 mensalmente. Maia diz que nesta segunda-feira (26), recebeu a informação de que não tem material para operar. Ele acrescenta que todas as semanas, recebe pedidos do Brasil inteiro e, agora, tem de negar.
Segundo ainda o oftalmologista que participou das reuniões com a entidade, a falta de verbas foi o motivo alegado. Ele salienta também que várias reuniões foram realizadas, porém eles não tem dinheiro.
Em junho deste ano, o Hospital São Paulo, que é administrado pela Unifesp, chegou a suspender por um dia cirurgias e internações eletivas — aquelas que não são consideradas emergenciais.
De acordo com a publicação do Estadão, o Ministério da Saúde repassou R$ 6 milhões e a Secretaria de Estado da Saúde fez um repasse emergencial de R$ 3 milhões. Desde o ano passado, o hospital passa por uma séria crise financeira.
Danos
Com a suspensão das cirurgias os pacientes podem ser gravemente prejudicados, segundo o com o chefe do setor de retina. “Em um descolamento de retina, por exemplo, se a cirurgia for feita hoje, o paciente tem chance de recuperação. Se fizer em três ou quatro meses, ele pode até perder a visão. O procedimento não adianta,” explica o especialista.
Além do descolamento de retina, outros problemas frequentes de pacientes que procuram o setor são retinopatia diabética e a degeneração macular, ressaltou Maia ao acrescentar que a situação é dramática e não aguenta com esse tipo de injustiça.
Até a manhã dessa quarta-feira (28), a assessoria da Unifesp não havia ainda respondido à solicitação de informações realizada por meio e-mail e por telefone pelo jornal O Estado de S. Paulo.
*Redação Saúde no Ar