O governo baiano anunciou nesta terça-feira (22.09) um investimento superior a R$ 10 milhões para incentivar os transplantes de órgãos no estado. O programa Política Estadual de Incentivo à Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes, lançado pelo governador Rui Costa e pelo secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, na manhã desta terça-feira (22.09), no auditório da Secretaria de Educação, no Centro Administrativo da Bahia (CAB) visa promover ações que incentivem a população e capacitem os profissionais de saúde para multiplicar o número de doação de órgãos na Bahia. A idéia é que o programa passe por todas as etapas do processo desde a captação do órgão até depois do transplante.
Atualmente, dois mil baianos estão na fila de espera por um transplante de órgão, mas a segundo o secretário Fábio Vilas-Boas, a expectativa é zerar a fila de espera por transplante de córnea, ampliar significativamente os transplantes de rim, fígado e medula óssea, bem como realizar o primeiro transplante de pulmão já no primeiro ano.
O governo pretende utilizar recursos para reduzir as dificuldades na realização de transplantes, incluindo estímulo financeiro às equipes médicas e hospitais, até o investimento em equipamentos, exames e medicamentos de alto custo na capital e interior.
“Queremos expandir a estrutura transplantadora cada vez mais e, além da rede pública, vamos incentivar a realização de parcerias com a rede privada para quem queira disponibilizar sua estrutura para esses procedimentos”, destacou o governador Rui Costa, para quem a falta de recursos será superada com as estratégias corretas.
Dificuldades
Uma das grandes dificuldades na ampliação do número de transplantes no estado é a autorização familiar para a doação. Na Bahia, 70% das famílias com parentes em morte encefálica negam a doação. Por isso, atividades educacionais e campanhas de conscientização devem ser desenvolvidas. Segundo o coordenador do Sistema Estadual de Transplante, Eraldo Moura, o esclarecimento sobre o procedimento de doação deve começar desde cedo e a equipe médica deve continuar sendo acompanhada, para estimular a realização de protocolos que comprovem a morte encefálica.
“Primeiro ponto desafiador é um processo cultural do envolvimento da equipe médica na abertura dos protocolos, mas, passado isso, há o índice grande de rejeição dos familiares. Queremos reforçar a educação desde a infância, nas escolas, passando pelas academias e faculdades, educando os profissionais. Participando mais ativamente na gestão dos hospitais e aumentando esses fluxos”, explicou o coordenador. Com informações da Sesab.
A.V.