Bebê que recebeu cinco órgãos deixa hospital

A bebê Sofia de Lacerda deixou na tarde desta quinta-feira (02.07), um ano após chegar aos Estados Unidos,o Jackson memorial, em Miami, após passar por um transplante pago pela União que substituiu cinco órgãos do seu aparelho digestivo. A menina, nasceu em Votorantim (SP) com uma síndrome rara que comprometia o funcionamento do sistema digestivo.

Sofia nasceu em 24 de dezembro de 2013 e permaneceu internada no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP). Lá, a menina recebeu atendimento e a família teve a confirmação de que ela era portadora da Síndrome de Berdon, condição rara que compromete o funcionamento do sistema digestório.

Para sobreviver, Sofia necessitava de um transplante multivisceral, que inclui estômago, fígado, pâncreas e intestinos. A família entrou na Justiça alegando que o Brasil não tinha capacidade para realizar os procedimentos e pedindo que a União bancasse todos os custos do tratamento, que deveria ser feito no Jackson Memorial. Só com o transplante, o montante gasto pelo governo foi de US$ 1,2 milhão (R$ 3,7 milhões).

Logo que chegou aos Estados Unidos, Sofia ficou internada. Enquanto esperou o transplante, chegou a viver com os país por um curto período, mas voltou ao hospital para a realização dos transplantes, que ocorreu em 10 de abril deste ano, quando conseguiu um doador compatível,  um norte-americano do estado da Flórida.

Ela deve permanecer nos Estados Unidos até que seu acompanhamento esteja finalizado, o que deve acontecer em até dois anos.

A última etapa para a liberação de Sofia ocorreu na quarta-feira (01.07). O governo federal precisava pagar, de forma adiantada, a empresa que será responsável pelo tratamento que Sofia receberá em casa. A criança vai precisar tomar 17 medicamentos diariamente após a alta.

“Recebemos um presente. Justo no dia que faz um ano que chegamos aos Estados Unidos, podemos receber nossa pequena em casa”, disse Patrícia Gonçalves, mãe de Sofia.

Patrícia conta ainda que ela e o marido, Gilson Lacerda, optaram por dispensar os cuidados da equipe de enfermagem e irão ser os responsáveis pela administração dos medicamentos. “É uma forma de ficarmos mais próximos. Optamos por cuidarmos nós mesmos dela. Tivemos treinamento, claro, e poderemos acionar a equipe de home care se for necessário. Eles também cuidarão dos equipamentos que ela necessita para ficar em casa”, conta.

Segundo o doutor Rodrigo Vianna, médico brasileiro que comanda o departamento de transplantes do Jackson Memorial, Sofia preencheu as condições clínicas para a alta na semana passada, depois que a nutrição parenteral, procedimento no qual a alimentação é aplicada diretamente no sistema circulatório, deixou de ser realizada.

Atualmente em férias, o brasileiro se emociona com o resultado do transplante, mas ressalta que Sofia ainda precisa de acompanhamento. “Sem dúvida é uma vitória para os pais, me emociono ao saber o que fizemos com a Sofia. Ela é uma criança especial, uma vitoriosa”, afirma.Na foto, Sofia, quando deixou a UTI do Jackson Memorial em abril

Fonte: UOL

A.V.

 

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