Dados do estudo “Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2022” revela aumento 24% nas mortes totalmente atribuíveis ao álcool no primeiro ano de pandemia de Covid-19. Contudo, houve uma queda de 15% neste tipo de internações em 2020, quando comparado ao ano anterior.
Assim, segundo o psiquiatra e presidente executivo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA); Arthur Guerra, pode estar relacionada à oferta de leitos durante a pandemia. De acordo com o estudioso, “vimos uma mudança no padrão do consumo de álcool durante a pandemia.”
“Há quem bebia só no fim de semana e que começou a beber todas as noites; há quem bebia todas as noites e passou a beber durante o almoço também e houve a mudança no padrão de comprar online de bebidas; com facilidade para jovens.”
De acordo com o estudo, a maior ampliação no número de mortes relacionadas ao consumo de álcool foi entre adultos de 35 a 54 anos; de 25,6%, seguido pela faixa etária 55 anos e mais, de 23%, e do 18 a 34 anos, de 19,5%. Além disso, entre os homens, o crescimento chegou a 24% e entre as mulheres de 23%.
Além disso, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) já havia realizado pesquisa em 2021, onde revela a intensificação do abuso de álcool durante o isolamento social. Do mesmo modo, pesquisa ConVid, realizada pela Fiocruz em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG; bem como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); entre abril e maio de 2020, analisou dados comportamentais de mais de 44 mil brasileiros. Desses, 18% dos participantes relataram uso excessivo de álcool na pandemia, associado à tristeza, ansiedade ou depressão. O médico de família da Central Nacional Unimed, Ricardo Nishimori, afirma que percebe no consultório o aumento do uso abusivo de bebidas alcoólicas.