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Osteopatia visceral

80% das dores osteomusculares têm causa visceral

Sabemos que o fisioterapeuta é um profissional que se ocupa da recuperação de nossos movimentos através de massagens e exercícios físicos, quando sofremos uma lesão ou estamos com algum problema muscular, mas pouca gente sabe que o fisioterapeuta pode também deter o conhecimento da osteopatia.

Criada pelo Dr. Andrew Taylor-Still, nos Estados unidos, no final do séc. XX, a osteopatia começou a ser difundida no Brasil só em 1989, ou seja, cerca de um século depois da Escola Americana de Osteopatia, nos EUA. Apesar de termos hoje cerca de 1.000 especialistas na técnica no Brasil, o número é considerado baixo.

Para conhecer mais sobre essa técnica de tratamento e seus benefícios para o corpo humano, Patrícia Tosta, do Saúde no Ar, tem o prazer de, mais uma vez, conversar com o fisioterapeuta Joabson Fontes Bêribá que traz, desta vez, mais informações sobre a osteopatia visceral.

Primeiramente, Joabson informa que todas as pessoas, de qualquer idade, podem se beneficiar com o tratamento osteopático. Ele, também explica que essa é uma técnica de terapia manual, sem utilização de drogas, baseada na anatomia e na fisiologia. “A avaliação do paciente é feita de forma holística, ou seja, de forma integral. A gente sempre tenta investigar a causa do problema para tratá-la”, revela.

Segundo o fisioterapeuta, qualquer sintoma pode ser tratado pela osteopatia, pois, ela parte do pressuposto de que qualquer sintoma, como, por exemplo, uma dor pode ter como base uma alteração funcional.

Ainda de acordo com Joabson, a osteopatia resolve também enxaquecas, dores de cabeça, problemas digestivos, insônias, depressão, vertigens, labirintites, sinusites, glaucoma, tensão pré-menstrual, obstipação, stress e problemas respiratórios. O osteopata não elimina apenas as consequências do problema, procura sempre desvendar a razão do sintoma para poder curar o doente.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aprova a osteopatia como prática de saúde. De acordo com Andrew Still, o criador da técnica, o corpo humano é um sistema capaz de se auto-regenerar, sendo o dever do osteopata eliminar os fatores que o impedem de funcionar de forma saudável. Assim, cientificamente a osteopatia assenta na anatomia e simultaneamente recorre a uma visão holística que integra a mente e o corpo, sendo que este acaba por curar-se a si mesmo desde que a sua mecânica interna esteja saudável.

Já nos anos 80, o dr. Jean-Pierre Barral um osteopata francês, aprimorou os estudos, desenvolvendo a osteopatia de tipo visceral, após ter observado as relações entre vísceras e coluna. “Barral foi o pai da osteopatia visceral e é dele as frases: “só o corpo sabe”, “sinta, depois pense””, garante.

A osteopatia sempre procura a causa do problema e, de acordo com Joabson Fontes, Barral, em suas investigações, verificou que em muitos pacientes as dores, por exemplo, no joelho, na coluna ou na cabaça tinham relação visceral importante; “ou porque o órgão estava sem funcionar corretamente e não absorviam os minerais, e isso se refletia de forma sistêmica em dores, ou existiam fixações musculares, ligamentares, faciais ao redor dos órgãos. Então, Pierre Barral percebeu que se isso estivesse travado, o órgão não teria a mobilidade e a motilidade que é normal ter.”, explica.

Segundo Fontes, Barral, em suas pesquisas, descobriu que 80% das dores osteomusculares, geralmente tem causa visceral. Por exemplo, uma azia, um refluxo pode ter origem funcional e provocar esses sintomas.

Todos os órgãos, assim como todo o corpo, estão em movimento constante e em sincronia entre si e com todas as estruturas que os rodeiam. Quando essa sincronia estiver perturbada, estamos diante de uma disfunção osteopatia visceral. Essas disfunções são caracterizadas por víscero-espasmos, diminuição da mobilidade e motilidade da víscera, diminuição da vascularização, ptoses viscerais, aderências decorrentes de inflamações, infecções, intervenções cirúrgicas, traumas, postura incorreta por demasiado tempo, entre outros. Na visão osteopática, essas alterações viscerais também podem ter origem simpática, parassimpática, hormonal, restrição tecidual e diminuição do líquido seroso presente na cavidade abdominal.

Fontes faz questão de esclarecer que o osteopata não trata de nenhuma condição clínica, pois, neste caso, quem vai tratar é o médico. “A gente trata da alteração funcional, podendo haver a parceria entre o osteopata e o médico. ”.

Ouça o comentário completo do osteopata Joabson Fontes Bêribá e saiba mais sobre o assunto, no áudio abaixo:

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